08 novembro 2008

Marvel Inflaciona Preços dos Comics

A Marvel, na pessoa de Joe Quesada, voltou a fazer das suas e desta vez o caso foi bem mais sério. Já todos estamos habituados a súbitas mudanças nos rumos das estórias dos personagens da Casa das Ideias, mas quando os preços dos comics sobem sem qualquer explicação, aí o caso muda de figura.
A cobaia desta experiência bizarra foi o número 1 de Astonishing X-Men: Ghost Boxes, solicitado entre Julho e Agosto pela Previews com o preço o $3.99, sugerindo assim a utilização de 48 páginas de estória (e publicidade...). Aparentemente tudo parecia estar bem, o problema foi quando o comic saiu e os leitores repararam que o mesmo só tinha 32 páginas, com o medíocre número de 16 pranchas por Warren Ellis (argumento) e Alan Davis/ Adi Granov (desenho). As restantes páginas (as outras 16) foram então ocupadas com um "excelente" brinde - o script original desta edição... Convém referir que apesar da diminuição do número de páginas de AXM: Ghost Boxes, o preço de $3.99 manteve-se inalterado o que pode levar a alguma especulação por parte dos fãs. Terá sido um erro intencional ou apenas um desentendimento com a gráfica e/ou distribuidora?
Esta questão em relação à súbida gradual dos preços dos comics na América vem mesmo calhar numa altura em que o tema se tornou um dos mais debatidos na internet (ver tabela). Rich Johnston fez as contas que ninguém teve coragem de fazer e a verdade é que os números são mesmo assustadores. Segundo a tabela, actualmente um comic deveria apenas custar cerca de 1 dólar, utilizando os valores definidos pela Inflação Americana. Rich rematou ainda dizendo que no ano de 2009 um comic normal de 32 páginas não custará menos que $3.99 (como no caso deste Ghost Boxes), seguindo a lógica de inflação por parte da Marvel. 
Estes valores acabam por ser bastante preocupantes para os leitores que compram vários comics. Suponhamos que, actualmente, um leitor compra 15 comics por mês ao preço de $2.99, beneficiando da modalidade 'dólar=euro'. Este leitor paga aprox. €45 mensalmente, mas ao ser confirmada a inflacção de 1 dólar a mais por comic, passaria a gastar mais €15 (!!!) no ano de 2009, nada mais que o custo de 5 comics em 2008. Diga-se de passagem que nestas contas estou a ser bastante simpático, visto que a Marvel e a DC vendem as mini-séries dos seus principais eventos a $3.99 (i.e. Secret Invasion, Final Crisis), sem contar com outros comics especiais.
Esta questão também levanta outros problemas - será que o mercado dos Trade Paperbacks será afectado pela subida de preços? Numa era em que os HC's são o formato mais privilegiado pelos leitores, esse também seria um factor preocupante visto que o preço de cada HC oscila entre os 20 e os 30 dólares (um valor já demasiado caro e luxuoso para a maior parte dos leitores).
"É claro que a qualidade de impressão é melhor, o custo do papel aumentou, as cores são de uma tecnologia fora deste mundo, existem salários para serem pagos..." lembra Rich Johnston, referindo os argumentos a favor das editoras, mas também é certo que outros tipos de tecnologia aboliram certos custos que o passado tinha consigo. Além disso, há, hoje em dia, comics que vendem como nunca se vendeu há já muitos anos (Civil War é o melhor exemplo), que mesmo vendendo bastantes cópias no seu mês de lançamento, ainda rendem algumas "pesetas" no formato Trade. É claro que mais questões se afiguram quando falamos nestes termos - este mercado é caracterizado por um leitor que compra comics independentemente da qualidade das estórias (i.e. Amazing Spider-Man) ou do preço das mesmas, resumindo, reclama, mas compra à mesma. 
Se há alguma atitude que tem de ser tomada, é nossa e não das editoras (que daqui a uns dias já se virão desculpar por este aumento absurdo e continuará tudo na mesma...). Por agora isto não passa de especulação, mas mesmo assim convém andar com atenção. E não venham com a desculpa da crise... Eu também estou em crise e estou cá.

03 novembro 2008

Jeph Loeb Despedido de Heroes

A NBC, canal responsável pela transmissão de Heroes nos Estados Unidos, acabou de despedir dois dos produtores executivos da série - Jeph Loeb e Jesse Alexander.
Ao que parece, os dois produtores foram despedidos devido à frustração da cadeia televisiva relativamente ao rumo que a série tomou neste útlimos três anos. É de notar que Heroes tem vindo a ter uma audiência cada vez menor, além de reciclar exaustivamente conceitos de BD's já feitas (vide a primeira temporada... Watch..coff-coff.. men).
Foram precisos três anos para a NBC perceber que o Loeb não vale um chavo... Foi preciso o homem começar a escrever o Red Hulk para finalmente perceberem o quão mau o Loeb era... Agora só falta a Marvel!
Em relação à série, adorei a primeira temporada, apesar de o fim ser uma cópia quase exacta de uma conhecidíssima BD de um conhecidíssimo Mestre. O problema é que o Loeb não aprende e continuou a usar os mesmos elementos ao longo da série (cliffhangers, reviravoltas, etc.). Acho que a única coisa de jeito que a série deixa para trás são as belas pinturas do Tim Sale, ao contrário do HC que saiu com várias estórias da série.

27 outubro 2008

J.G. Jones abandona Final Crisis

J.G. Jones deixou a mini-série Final Crisis, da DC Comics, há poucos dias, deixando por terminar uma única edição, a 7ª e última.
O artista já tinha revelado algumas dificuldades nas últimas edições já que os números 4, 5 e 6 foram co-desenhados por Carlos Pacheco. Jones decidiu então abandonar esta série de modo a não atrasar mais a série, permitindo assim a entrada de Doug Mahnke (que comparado com o Jones, é bastante pobre) na última edição da série.
É de referir que o desenhador apenas se culpa a si próprio por não ter terminado o seu trabalho a tempo, apesar de sabermos, há uns meses, que a DC entregou demasiado tarde os scripts, dificultando assim a tarefa a Jones.
A DC lá continua com a tradição de não conseguir levar o mesmo artista até ao fim nos seus eventos principais, veja-se Infinity Crisis, onde Phil Jiménez teve de ser auxiliado por vários autores para que a série fosse lançada como programado. O problema, ao que parece, parte também dos argumentistas, que por sua vez tiveram probelmas com a editora - Morrison referiu há uns meses que o argumento da primeira edição passou por algumas alterações impostas pela DC, o que deu origem ao atraso de entrega do script a J.G. Jones. A Marvel, pelo menos, teve a dignidade de interromper a mini-série Civil War durante um mês para dar tempo a Steve McNiven...

22 outubro 2008

Muitos Lançamentos Marvel em Janeiro

Em Janeiro, a Marvel assinala 70 anos de existência, uma altura excelente para lançar um catálogo bem mais recheado que o dos meses anteriores. É claro que neste post não vou falar sobre tudo o chegará ao mercado nesse mês, mas vou falar de algumas coisas boas.

DARK AVENGERS #1
Sobre a qualidade não posso falar, o Bendis anda numa de baralhar tudo aquilo que está a fazer na Marvel. Espero que este novo comic dos Vingadores não seja um tiro no escuro (escuro/ dark...), pois a situação actual da Marvel não permite que tal aconteça. O Universo está a ficar demasiado confuso com tanto herói que nem é skrull, nem é humano - uma completa confusão! Os desenhos vão ser de Mike Deodato, outro rapaz que me assusta só de ouvir o nome dele... Ah, convém relembrar que o título Mighty Avengers, que tanta gente gosta mas que infelizmente está a atravessar uma período menos bom, deixará de ser escrito por Bendis no número 20, sendo aí substituído pelo competente Dan Slott.
PUNISHER #1
Não sou fã do deste herói, mas achei conveniente referir este comic por aqui. A Marvel finalmente abriu a pestana e acabou com o Punisher: War Journal, aquele comic tão infame. Fiquei com a impressão que ao começarem este comic também acabaram com uma das melhores séries do Punisher dos últimos anos, a escrita por Gath Ennis. De qualquer forma, este já a tinha abandonado há algum tempo encontrando-se neste momento a escrever uma mini-série do personagem. A tarefa de trazer de volta este personagem aos tempos áureos é de Rick Remender, juntamente com Jerome Opena, um perfeito desconhecido nesta editora.
RUINS #1
Okay, é compreensível que muitos de vocês não conheçam esta pérola da Marvel. Na verdade, nem eu a conhecia, até a ler na net até ter feito uma pesquisa e visto que tinha muita qualidade. Basicamente, é o Warren Ellis a pegar em personagens do Universo Marvel e a destrui-las piscologicamente, utilizando a personagem central da mini-série Marvels. Esta mini de dois números nunca tinha sido reeditada em paperback e parece que ainda não é em Janeiro que isso vai acontecer, visto que o formato escolhido foi um one-shot de 80 páginas (com a estória completa, de qualquer forma). Não aconselhado a menores de idade, mas aconselho a toda gente.
WOLVERINE SWITCHBACK
Este até passava despercebido - o Wolverine está a ser uma vítima no meio do Inferno da Marvel. O homem quase nem tem tempo para respirar, dadas as milhares de mini-séries em que ele figura. O que tem de curioso neste comic é que o desenho é da autoria de Das Pastoras! Sim, o autor de Castaka (já editado pela BdMania) e aquele que virá ao FIBDA no 3º fim de semana. O único incoveniente é que isto só sai mesmo em Janeiro, ou seja, lá fico eu sem um comic assinado! Ah, quanto à estória parece-me a mim que é o que menos interessa. É mais um daqueles casos em que chamam o Wolverine para resolver o caso do dia, à falta de um McGiver.

MARVEL 1985 PREMIERE HC
Sobre este não psso dizer grande coisa. Tenho ali quatro números prontos a serem lidos, mas como já só faltam outros dois, vou esperar até ter a mini-série completa. Depois escreverei qualquer coisa sobre ela por aqui.
A permissa pode não parecer muito atractiva - instintivamente não iria ler uma estória sobre "um rapaz que tem a chave para reunir todos os seu ídolos da Marvel ", o problema é Mark Millar. O homem raramente me desiludiu (um pouquinho em Civil War e Fantastic Four, vá...) daí ter comprado isto de olhos fechados. A minha atracção pela arte do Tommy Lee Edwards também ajudou. Vamos lá ver se valeu a pena.

DAREDEVIL: BORN AGAIN PREMIERE HC
Este é um dos grandes clássicos dos Daredevil, é claro que tinha de ser referido. A Marvel aproveita assim a melhor colecção que está a editar actualmente (Marvel Classic Premiere) para nos oferecer (ao preço $24.99) esta estória que irei ler um dia destes. É curioso ver que neste mês de solicitações irão ser lançados três HC's desta linha - X-Men: Proteus e Wolverine: Not Dead Yet, juntamente com este Daredevil. É claramente um abuso! Se os meus esforços em tentar completar esta colecção já tinham ido pelo cano abaixo, imaginem agora. Louvado sejas Quesada!

SECRET INVASION TPB
E com esta sugestão vos deixo, não quero que gastem mais dinheiro à minha conta. A saga mais badalada do ano tem direito a esta colectânea que promete confundir aqueles que apenas se cingirem a ela. Aconselho a quem preferir ler comics em paperbacks a comprar também New Avengers e Mighty Avengers, basicamente, apenas e só, aquilo que o Bendis escreveu. Na minha humilde opinião, nenhum outro título merece ser lido ou precisa de ser lido para entender este, para já, fraco evento.

Por hoje é só, para conferirem as solicitações completas de Janeiro, basta clicarem no link que está no primeiro parágrafo deste post.

19 outubro 2008

Preview de Joker, Graphic Novel

As primeiras imagens da mais aguardada Novela Gráfica do ano chegaram e apesar da primeira impressão poder ser má, parece que temos aí uma grande obra. Cortesia do IGN.
O argumento é de Brian Azarello e o desenho de Lee Bermejo, com uma arte um pouco diferente daquela a que nos tem habituado. O Joker é uma clara referência ao protagonizado por Heath Ledger em The Dark Knight e os ambientes também parecem algo similiares ao do filme, mas com tão poucas páginas não posso dizer muito mais. O que posso dizer é que o IGN já leu esta obra e deu-lhe uma nota fantástica - 9.8/10! A edição custa $19.99.

08 outubro 2008

Apanhados de Outono

O Outono chegou e o Verão, infelizmente, já passou. Ficámos sem o calor das notícias insólitas, mas agora começam a cair muitas outras e é sobre uma em especial que vou falar hoje.
Como é sabido de muito gente, chegámos à fatídica época em que comprar vacinas é moda e eu, como não podia deixar de ser, fui ao meu posto farmacêutico comprar a vacina contra gripe. Normalmente, quando vou a uma farmácia, entro lá tão depressa como saio - é comprar o remédio e ir logo embora, mas hoje encontrei uma folheto informativo muito assustador... Ora vejam só (atentem ao círculo vermelho na primeira imagem):
 
"QUEM ME DERA TER O PODER DE GINSANA!"

Isto é daquelas coisas que fazem com que um gajo nunca mais volte a entrar numa farmácia. Vendo bem as coisas, para que raio quereria eu o PODER DE GINSANA? A estória feita em BD à pressa pode estar muito engraçada, mas as "letrinhas pequenas" não enganam - diz lá que o medicamento não pode ser ingerido por pessoas com alergia ao amendoim [ver primeira imagem, caixa do meio]. Ora, isto pode induzir uma pessoa a uma catástrofe, quem for alérgico ao amendoim e tomar o PODER DE GINSANA poderá enfrentar uma mutação genética e quem sabe, transformar-se no Homem-Amendoim!
A segunda falha, que está envolta por um círculo vermelho, foi o segundo motivo que me levou a trazer este folheto para casa. Reparem: "O ritmo acelarado dos nossos dias...". Eu sei que todos nós dizemos "acelarado", mas é claro que a forma certa de escrever é "acelerado". Mas vá, eu dou-lhes o desconto, não tinham tomado o PODER DE GINSANA!
Ah, e as fantasias super-heróicas estão assim para o medíocre... e o lettering está muito mauzinho... mas a estória está ainda pior.
GINSANA!

30 setembro 2008

Homem Aranha: Azul

Argumento: Jeph Loeb
Desenho: Tim Sale

Este livro é aquele tal "outro lado da moeda". Sinceramente não percebo o que vai na cabeça de Jeph Loeb quando ele consegue dar-nos um estória tão bela e poética como esta e a seguir disparar comics tão degradantes e desgraçados como Captain America: White #0. Talvez seja daqueles fenómenos da física inexplicáveis ou com teorias ainda por provar, tipo o Big Bang. Talvez fosse boa ideia criar um acelerador de partículas para estudar este autor...
Homem Aranha: Azul é de facto uma mini-série que deve ser relembrada pelos fãs do Aranhiço. Aqui, o elemento fulcral nem é bem a cena em que a aranha pica o Peter e este passa a ter poderes, aliás, não tem mesmo nada a ver. Esta é uma estória de amor, passada no Dia de S. Valentim que foca o relacionamento de Peter Parker com os seus amigos de adolescência, em especial Gwen Stacy. Podemos também dizer que é nesta etapa que vemos um Peter marrão a passar para um Peter mais cool, tudo devido à sua nova vida atarefada com os estudos da universidade, o trabalho no Clarim Diário, as desavenças temporárias com Flash Thompson, aturar o J.J.J., o surgimento do seu melhor amigo - Harry Osborn e, como não podia deixar de ser, dois problemas do sexo feminino - Mary Jane Watson e Gwen Stacy.
É engraçado verificar que ainda hoje o Peter continuaria a amar mais Gwen Stacy do que MJ, mesmo estando (tecnicamente) casado com ela. É essa, pelo menos, a mensagem final que Jeph Loeb transmite neste livro, que tinha tudo para ser perfeito, mas devido a um erro  téncico de "lugares-comuns", a escrita borrou toda.
Vale lembrar que é a segunda vez que leio este bonito conto, mas parece que só agora é que consegui apreciá-lo ao máximo. Sinto que várias coisas me escaparam quando o li há já quase 4 anos. Além disso, este releitura surge num momento em que estou a tentar ler tudo o que tenho desta dupla (seguir-se-á Superman: For All Seasons e mais à frente Batman: Long Halloween, surgindo talvez Daredevil: Yellow pelo meio). Estou num processo de análise em relação ao que a dupla maravilha consegue fazer de bom e de mau, principalmente, pois segundo alguma pesquisa da minha parte, Jeph Loeb apenas foi reutilizando várias ideias da sua primeira estória no Batman.
Enfim, adorei este livro, é incrível como ainda hoje toda a mitologia criada por Stan Lee e Steve Dikto me impressiona e me faz tanto sorrir como reflectir sobre o que se passa na vida agitada de Peter Parker. Obrigado Stan.
Nota: 8/10

29 setembro 2008

Vencedores dos Harvey Awards 2008

 
Os vencedores da edição deste ano dos Harvey Awards foram anunciados na Baltimore Comic Con, uma das mais conhecidas convenções Americanas de comics.
A par dos Eisners, estes prémios visam a premiar os melhor artistas, argumentistas e ou séries pelos seus trabalhos ao longo dos últimos meses em diversas categorias, como podem ver pelos vencedores:
Melhor Legendagem – Chris Eliopoulos, Daredevil
Melhor Colorista – Laura Martin, Thor
Melhor Tira – Doonsbury, por Garry Trudeau
Melhor Comic Online – Perry Bible Fellowship por Nicholas Gurewitch
Melhor Arte-Finalista – Kevin Nowlan - Witchblade
Melhor Edição Americana de Material Estrangeiro - Eduardo Risso’s Tales of Terror por Dynamite Entertainment
Melhor Nova Série - The Umbrella Academy, Dark Horse Comics
Mellhor Álbum, já Publicado Anteriormente - Captain America Omnibus, Marvel Comics
Prémio Especial para Humor nos Comics - Perry Bible Fellowship por Nicholas Gurewitch
Melhor Novo Talneto – Vasilis Lolos, Last Call, Oni Press
Melhor Livro Biográfico, Histórico ou Jornalístico - Reading Comics: How Graphic Albums Work and What They Mean por Douglas Wolk
Melhor Antologia - Popgun Volume 1, editado por Joe Keatinge, Image Comics
Melhor Re-Edição - The Complete Peanuts, Fantagraphics Books
Melhor Arte de Capas – Mike Mignola, Hellboy
Prémio Especial por Excelência na Apresentação - EC Archives, editado por Russ Cochran, Gemstone
Melhor Álbum Original - Scott Pilgrim Gets it Together, Oni Press
Prémio The Hero Initiative – Nick Cardy, presented by Todd Dezago
Melhor Série Ongoing ou Limitada - All Star Superman, DC Comics
Melhor Argumentista – Brian K. Vaughan, Y: The Last Man, DC Comics
Melhor Artista – Frank Quitely, All Star Superman, DC Comics
Melhor Cartoonista – Darwyn Cooke, The Spirit, DC Comics
Melhor Comic ou Estória Solta - All Star Superman #8, DC Comics. 
A tradução foi um bocado à Google Translator, mas estes americanos gostam de complicar as coisas aos tradutores.
Concordo com a esmagadora maioria dos prémios entregues, com destaque para o excelente Chris Eliopoulos (não só em Daredevil) que tem uma sensibilidade única para fazer letterings. Isto pode soar meio filosófico, mas um bom trabalho não fica só a cargo do argumentista, do desenhador e do colorista - a legendagem é importantíssima e pode até mesmo influenciar o julgamento sobre uma obra. Laura Martin também recebe o seu prémio sem surpresas algumas. Quem está a acompanhar Thor e Secret Invasion sabe do que estou a falar. Habitualmente seria o Richard Isanove a ganhar, mas acho que este ano há mais que motivos para alterar o vencedor. Quanto ao prémio de Mike Mignola, referente às melhores capas não me parece que seja inteiramente justo. Eu sei que o homem tem uma arte muito porreira e as capas seguem o mesmo rumo, mas este ano surgiu um novo colosso da arte das capas que tem o nome de Marko Djurdevic. Justificava-se a atribuição do prémio a este senhor, na minha opinião. All Star Superman é claramente o vencedor do ano, com nada mais que 3 dos prémios. É justo, ninguém pode negá-lo, é das melhores séries do Azulão alguma vez publicadas, ponto final, 'nuff said!

28 setembro 2008

Superman: Last Son

Argumento: Geoff Johns e Richard Donner
Desenho: Adam Kubert 

Quando li este livro veio-me rapidamente à memória a melhor estória que já li do Super-Homem - Superman: Secret Identity, e notei várias semelhanças na abordagem destes dois enredos que, apesar de tocarem momentos cronológicos completamente diferentes, partilham alguns pontos interessantes desde a possível paternidade de Kal-El até à qualidade que as duas obras possuem.
Em Secret Identity lidamos com a origem do Superboy Prime, habitante de um planeta em que os super-heróis apenas existem na forma de Banda Desenhada. Mas para grande azar deste personagem, os seus pais deram-lhe o nome de Clark Kent à nascença, o que faz com que todos os seus amigos e familiares trocem dele de alguma forma com comparações algo insólitas. 
"Onde é que anda a Lois, Clark!?" era a deixa mais conhecida no liceu onde Clark tinha aulas. Por sua vez, em cada aniversário seu era bombardeado com os mais deliciosos presentes da personagem dos comics, desde estórias antigas até a uniformes e outros que tais. Quem disse que ter um nome destes era fácil?
Neste Last Son, o Super-Homem é o original e já conta uma idade bem mais avançada. O Universo é o que todo nós conhecemos e inclui a Lois Lane, Jimmy Olsen, Perry White e outros tantos, o que permite que toda a mística deste personagem esteja presente. E para que esta continue a ser uma estória interessante do Super-Homem, é também preciso que esta tenha uma premissa simples, sem esse factor não valeria a pena pegar neste livro.
Kal-El descobre que afinal não é o último sobrevivente de Krypton e que afinal ainda havia um descendente que se havia perdido na Zona Fantasma, uma espécie de prisão Kryptoniana a que aqueles que haviam cometido crimes estavam condenados, com a vantagem de que por lá o tempo não passava, daí este indivíduo ter sobrevivido durante tanto tempo.
Ao início, Chris Kent (nome de código dado à criança e uma óbvia referência a Christopher Reeve) é alvo de estudos por parte do Governo, o que contribui para que Clark tente assumir rapidamente a paternidade do rapaz juntamente com Lois, apesar de esta recusar numa primeira instância. A partir daqui, o desenrolar da estória é digno de uma adaptação cinematográfica, não fosse ela dirigida por Richard Donner e Geoff Johns. Até existe um capítulo passado na Zona Fantasma adaptado à tecnologia 3-D, sem dúvida um dos momentos altos deste livro.
Ainda assim, neste conto do Super-Homem, acontece algo que raramente se passa - o desenho supera a mestria do argumento. E eu pergunto-me como é que isto seria possível quando o argumento, por si só, já é algo tão bom? A resposta é "Adam Kubert". Parece mesmo que "filho de peixe sabe nadar". A arte deste senhor não pode ser descrita, apenas vislumbrada e logo contemplada. Podem dizer que a arte não é hiper-realista e que os bonecos dele parecem vindos de uma série animada, mas antes de qualquer artista saber desenhar uma anatomia perfeita de um personagem, deveria aprender a fazer Banda Desenhada, que essa nem todos sabem. Isto sim é Banda Desenhada!
Tanto Secret Indentity como este Last Son são estórias com uma beleza imensa, devido à sua simplicidade que capta na perfeição dois momentos destintos da vida do Super Homem, se bem que no primeiro se foca toda a vida do mesmo chegando até à parte em que Clark se assume como pai de duas filhas, se não estou em erro. Ah, a arte também é espectacular em SI. 
Acho que o Super-Homem é aquela personagem que todo gostam, pois é de facto interessante ver como um perfeito Deus consegue ter uma mitologia tão banal e sedutora ao mesmo tempo. Sem dúvida que estes dois livros devem ser lidos por todos vós que gostam de BD.
Nota: 9/10

22 setembro 2008

Captain America: White #0

Argumento: Jeph Loeb
Desenho: Tim Sale
Não vou dizer muita coisa sobre esta amostra da mais recente mini-série das Cores, da dupla Jeph Loeb e Tim Sale, pois além de não ser digna de um registo muito longo, tem apenas pouco mais de 10 páginas de estória e outras 10 de extras que, diga-se de passagem, são completamente dispensáveis à excepção de uns certos esboços do Sale.
Este prelúdio não é mais do que uma breve origem do Capitão América que conta como surgiu uma das primeiras duplas de Super-Heróis dos comics. Basicamente, é o recontar do recontado que mastiga muitos dos elementos do personagem nobre da Marvel, fazendo com que a mística do mesmo se perca ao longo das páginas. Jeph Loeb tornou-se um contador de estórias péssimo e o story-telling de Tim Sale piorou juntamente com a sua arte. Chegamos, portanto, à conclusão de que estes dois pouco ou nada têm acrescentar a esta indústria, se bem que tenho uma pequena esperança em relação ao Sale.
As palavras de Loeb não ficam na memória, tornando-se descartáveis, não têm impacto nenhum e são vazias, não há praticamente qualquer enredo a seguir - os heróis tanto podem estar no cinema, como estar num campo de batalha. A arte de Tim Sale está a quebrar e a não aproveitar aquilo que de mais belo existia nela - a simplicidade do traço está a tornar-se em algo desproporcional que faz lembrar os momentos estelares da carreira de Rob Liefeld.
Há algo mais a dizer? Pois claro - não comprem! De qualquer forma estarei cá para fazer o julgamento da mini-série completa.
Nota 4/10 - Chover no molhado!

17 setembro 2008

Mais Erros de Impressão em Action Comics #869

Estes últimos dias têm sido uma verdadeira dor de cabeça para a DC Comics, isto depois dos problemas com All Star Batman and Robin #10. Desta feita, foi o outro principal herói da editora que teve um problema na impressão da capa em Action Comics #869, da autoria de Geoff Johns e Gary Frank, como podem ver em cima.
Não conseguem ver as diferenças? Eu ajudo (com a ajuda do Rich Johnston, que detectou este erro): Gary Frank desenhou esta capa com o intuito de mostrar Clark Kent e o seu pai a beberem uma cerveja muito pacatamente. Passaram-se três meses e a DC, após rever a capa, achou que seria melhor para todas as crianças leitoras não verem o seu ídolo a beber álcool e decidiu, então, alterar a garrafa para uma SODA! Soda esta que faz muito bem aos jovens, cheia de açúcar e gás que ameaça constantemente o metabolismo humano.
O pior é que a DC teve três meses para detectar este erro, mas só quando a edição já está à venda é que se lembram, subitamente, de alertar os vendedores a pedirem que destruam todos os exemplares (está-se mesmo a ver que é o que vai acontecer). 
A novela não fica por aqui. Ainda não há relatos específicos, mas especula-se que o comic DCU: Decisions, também sofreu um erro de impressão... Estas pérolas já estão a valer uma pipa de massa no ebay.

16 setembro 2008

T-Shirts da DC Comics na Pull and Bear

Ao que parece, a nova colecção de Outono da famosa cadeia de lojas de roupa, Pull and Bear, recebeu um carregamento de várias t-shirts com temas dos heróis mais famosos da editora DC Comics. Quem me contou isto há umas semanas foi o Diogo Campos, mas só hoje é que tive a oportunidade de dar uma saltada à dita loja e ver finalmente as tais camisolas. Há anos que procurava umas do género, portanto adorei esta iniciativa da Pull (tal como tantas outras). 
Como podem ver pela imagem, estão ali algumas amostras das peças que foram fabricadas. Além de três modelos do Flash, dois do Joker, do Plastic Man e dos Heróis da DC, também existem modelos do Penguin, Green Lantern e da Wonder Woman.
Não se inibam e comprem umas quantas destas, valem muito e pena. O único ponto negativo são os atributos de certas t-shirts, como por exemplo, a aplicação de brilhantes que, na minha opinião, ficam bastante mal.

15 setembro 2008

Neil Gaiman em Batman #685

Esta notícia já é um bocado antiga e toda a gente já sabe que o Neil Gaiman vai escrever um comic na actual série do Batman, mais concretamente o número 685. Grant Morrison é quem está a tentar re-definir a personagem de Bruce Wayne através da saga da Batman R.I.P., sendo que o Neil irá participar na série logo a seguir a este evento. Ao que parece, também a série Detective Comics terá a participação deste argumentista, fazendo assim um arco de dois comics a sair em Janeiro. O desenho ficará a cargo de Andy Kubert, à direita.
A estória terá o nome de "Whatever Happened to the Caped Crusader?", uma clara alusão à famosa estória de Alan Moore com o Homem de Aço. A intenção é de encerrar definitivamente a saga de Morrison e re-re-definir o Batman para que possa ser utilizado por outros argumentistas, futuramente. E por falar em futuro, Dennis O'Neil irá também escrever duas edições do Batman, a seguir a Neil gaiman, focando o estado em que Gotham se encontra os últimos eventos.

Apesar de ter medo do que vai sair daqui, é óbvio que é algo que devo comprar. Mas tenham muito medo!

10 setembro 2008

BatBarraca em All-Star Batman

Okay... Esta espécie de trocadilho até que foi infeliz, mas pior foi a mais recente polémica entre a Diamond a edição #10 de All-Star Batman and Robin, The Boy Wonder. As vendas já estavam más, mas estes errozitos e ainda melhoram pioram popularidade da série...
A Diamond, a gráfica que imprime e destribui todos os comics feitos na América não reparou que houve um erro no lettering da edição acima referida em relação à censura das palavras menos próprias do comic. Palavras como "ASS" e "FUCK" passaram despercebidas com apenas uma barra preta por cima, menos escura que as próprias palavras, ou seja, aqueles habituais @$$ [símbolos] que sempre substituem tais atrocidades foram esquecidos. As páginas já caíram na net e foram divulgas pelo sempre prestável Rich Jonhston, na sua conhecidíssima coluna de rumores [link]. Podem vê-las em cima deste texto.
A situação foi levada ao extremo pela distribuidora, ao ponto de esta pedir às lojas onde esta edição tinha chegado que destruissem os exemplares e que uma nova edição está a caminho.
POSSAS! Agora é que já me estragarm o dia! Então deixam isto acontecer? E agora? Os pequenos (e poucos) rapazitos que ainda leêm isto vão ficar com traumas de infância. Sugiro que a DC procure rapidamente um advogado e processe a Diamond, não vá isto acontecer outra vez.
P.S.: Não sei quem é que tentou censurar aquelas palavras lá em cima... Treta!

08 setembro 2008

Thor #1-10

Argumento: J.M. Straczynski
Desenho: Olivier Coipel e Marko Djurdevic

Magnífico! Aqui é que se pode constatar que comics não se tratam apenas de super-heróis à pancada, em cenários terrestres ou aéreos com centenas de pessoas a gritarem pelas suas vidas. E não cultiva a pré-adolescência!
Para quem não sabe... o Thor é um Deus Nórdico que habitava em Asgard, lar de todos os outros Deuses da sua mitologia, mitologia esta adaptada ao Universo Marvel. Recentemente, todos os Deuses que faziam de Asgard a sua moradia, passaram por Ragnarok, uma espécie de Apocalipse destas personagens mitológicas que se acredita ser cíclico, em que os Deuses morrem de modo a renascerem para outras vidas distintas.
Straczynski partiu deste princípio e a sua storyline é, de facto, uma continuação da série anterior que deixou de ver a luz do dia no ano de 2004, esperando até que em 2007 alguém a resgatasse. Diga-se de passagem que foi um hiatus relativamente bem conseguido. Às vezes as personagens precisam de respirar e de facto foi uma boa espera até que o Strac surgisse para criar um status quo totalmente diferente daquilo a que estávamos habituados. Atenção que é necessário ler a série até aqui de modo a que se possa apreciá-la da melhor forma. Quem ler só o primeiro trade poderá ficar desiludido com a pouca informação que é transmitida.
Asgard já não se situa em nenhuma dimensão paralela ou algo do género, mas sim na Terra. isso mesmo, é uma espécie de cidade antiga flutuante que está no meio de um descampado, perto de uma cidade onde o... "alter-ego" de Thor, Donald Blake, se alojou. A população é muito sociável (veja-se os encontros que se realizam entre estes e os Deuses), o que proporciona um ambiente excelente para establecer um status quo livre de perigos e chatices.
E é mesmo isso que estas 10 primeiras edições, e as que se seguirão, fazem - establecem uma nova vida para Thor e companhia, sem nenhum habitual vilão de segunda linha que visita Asgard constantemente só para entreter a malta. Não. Aqui criou-se uma vida totalmente nova, novos hábitos, onde os Deuses estavam perdidos há já muito, alojados em seres humanos comuns (à semelhança de Eternals de Neil Gaiman) que Thor tenta encontrar com o objectivo de reunir todo seu império deixado por Odin, seu pai.
É claro que uma mudança para a Terra não é totalmente colorida e os Deuses mostram problemas quanto à adaptação à sua nova casa. Grande parte da mitologia nórdica perde-se com esta mudança, desde os desaprecidos Frost Giants até a outras criaturas mitológicas que agora me escapam. É claro que para o leitor este não é um problema, pois Strac apercebe-se desse pequeno problema e faz questão de o expor tornando-o numa pérola da "manipulação" (leiam e logo verão do que estou a falar).
Outro ponto fulcral nesta série é o de a personagem Loki se ter "transformado" num Deus do sexo feminino (uma Deusa, claro). Os fãs mais acérrimos podem não ter gostado, apesar de ainda não ter lido tais reacções negativas, mas o que é facto é que esta metamorfose está a ser bastante atraente e não havia melhor forma de renovar uma personagem que por si só já estava gasta. Julgo que a personagem ganhou uma certa densidade e deixou de ser um rapaz mimado que sempre tentava alcançar por todos os meios a queda do seu meio-irmão, Thor. Não estou a desprezar a personagem nem a denegri-la, até acho que nas estórias mais antigas a coisa até se dava bem, mas hoje ainda não estou a ver que resultasse. A Loki dos tempos modernos tornou-se uma manipuladora do caraças que consegue ser bastante convicente, fazendo mesmo com que eu a adore. Só aquela cara assustadora... tem tanto carisma que se torna adorável.
É tudo isto que falei que me faz estar contente pela birra que o Strac está a fazer com a Marvel (com razão). Afasta-se de todo o Universo e cria um que tem o seu próprio selo e não mete personagens que estejam a mais. Melhor que isto não podia ser, a estória está a ser explorada ao máximo e quem melhor que Olivier Coipel para ilustrar este Magnífico conto dos Deuses Nórdicos? Só tenho pena que este novo status esteja a  ser utilizado numa daquelas mini-séries relativas a Secret Invasion, que só servem para ganhar dinheiro e mais uma vez arruinar o que de tão belo se pode fazer neste Universo Marvel.
10/10 - A não perder!

05 setembro 2008

Atrocidades Artísticas #2

O apanhado desta semana é um pobre coitado que até tem talento, mas de vez em quando dá-lhe uma pancada e faz destas. Howard Porter, já com uma das suas obras publicadas em Portugal pela Devir (Liga da Justiça: Torre de Babel), teve uns quantos problemas na recente mini-série Trials of Shazam, onde começou relativamente bem, com uma arte que era bastante agradável, mas lá para o meio da publicação da coisa, caiu uma maldição Rob Liefeld em cima dele e o caldo lá se entornou. Ele era pernas gigantes, troncos pequenos, cabeças anãs e sei lá mais o quê, até acabar por ser substituído (não sei se foi esse o motivo, mas eu gosto de acreditar que sim). Essas amostras não as tenho aqui à mão, mas para já fiquem com esta obra de ficção-científica:
Aqui já nem era ele a desenhar, felizmente, mas tive o infortúnio de o ver a fazer barbaridades nas capas. À primeira vista, a capa parece bonita e tal, mas numa visão mais cuidadosa, dá para ver que ele desenhou isto de olhos fechados...
Comecemos pelo braço esquerdo daquele rapaz grande com cabelo de mulher, de cara feia e chateada. Se formos a fazer alguma matemática, se ele deixasse cair o braço, este não passaria da sua cintura, além de que nunca poderia ajeitar as suas belas sandálias, vindas de uma Grécia antiga enquanto vivemos no século XXI (quem é que inventou este tipo??). 
Esta pobre alma até poderia viver com um braço que não é seu (feito mesmo... coff coff... para caber na capa... coff coff...), mas sem o seu órgão vital é que não! Ora vejam lá a tanga que o ilustre senhor possui - não está lá nada! Os músculos da perna até tendem a ficar enrogados naquela direcção, dando até outra perspectiva da coisa. Enfim, mais aberração que isto ele não podia ser. Isto é claro que se excluirmos aquele ombro desfigurado, a cabeça mínima, aquele braço direito gigante, aquelas pernas gigantescas, aquele sabre de luz que não percebo de onde vem. Mas o qu'é que isso interessa?!
Como este caso não podia piorar mais, o Porter lá decidiu meter mais uns errozitos que até são bem engraçados. Já viram bem a pose do Capitão Marvel Jr.? Mais um pouco dava a volta ao corpo em 360º graus... São coisas destas que me dão pesadelos.

04 setembro 2008

Primeiras Imagens Conceptuais de Green Lantern, o Filme

Brian Murray, um dos responsáveis pela adaptação ao cinema do Green Lantern, decidiu mostrar algumas imagens reveladoras sobre os ambientes e as personagens que vão ser usadas na trama deste filme. Pelos vistos, estas artes têm algo de especial - não fossem estas belas amostras, Hollywood talvez não teria aceite que o Lanterna fosse uma das próximas personagens da DC a ter o seu espaço no cinema.
Para já, confirma-se que Carol Ferris fará parte do elenco, visto que é uma peça chave na história do Lanterna. Muitos outros Lanternas também deverão cumprir o seu papel, pois são fundamentais na origem de Hal Jordan. Por falar em Jordan, vão reparar, nestas amostras, que o seu uniforme está um pouco mais parecido com o do Ion, Kyle Rayner, talvez de modo a que Hollywood ficasse melhor impressionado com um visual mais actual.
Estou mesmo entusiasmado com esta ideia. O Lanterna tornou-se uma das minhas personagens favoritas desde que comecei a ler a saga escrita pelo Geoff Johns (ultra-recomendada) e desde aí já não quero outra coisa. Gostava que este argumentista estivesse envolvido no filme, mas felizmente outro nome de peso está lá para compensar - Marc Guggenheim fará parte da equipa de escritores que irão dar um argumento ao filme, ao lado de Michael J. Green e Greg Berlanti. Não estou à espera de um The Dark Knight, mas certamente vai sair dali alguma coisa bonita.

03 setembro 2008

Mark Millar Comenta Planos para o Futuro

Actualmente encarregado de argumentar séries como Kick-Ass, War Heroes, Fantastic Four, Wolverine e Marvel 1985 (espero que não me tenha escapado nenhuma), Mark Millar corre o risco de ficar na história dos comics pelas suas passagens em várias séries famosas e, provavelmente, por estar há já muito apontado para co-dirigir/ argumentar  a nova série de filmes do Super-Homem. Para quem não sabe, a DC vai esquecer completamente a produção de Brian Singer e investir numa nova franquia que terá elementos mais "sérios" (infelizmente querem transformar o Super-Homem num Batman). O sonho de Millar é mesmo o de transfigurar o Azulão para as telas, mas até isso acontecer muitas outras coisas se passarão.
Recentemente este super-homem dos comics concedeu uma entrevista a uma jovem rapariga onde deu a conhecer os seus planos para o seu futuro, muito risonho diga-se de passagem. Não se assustem, mas ela é nerd:





O discurso de Millar pode parecer um pouco encriptado, mas dêem-lhe espaço, o homem é escocês. Assim por alto, o que o argumentista continua afirmar é que tem andado em conversas muito animadas com um tal realizador de cinema que ninguém sabe muito bem quem é. Além disso, parece que Richard Donner também se quer meter na salada e até se encontrou com Millar momentos após a entrevista. "Para mim, é como conhecer o Ghandi!" disse o escocês muito animado com a possibilidade de conhecer uma das lendas vivas responsáveis pela primeira adaptação do Super-Homem ao cinema. 
Tony Harris, o grande artista por detrás de Ex-Machina e War Heroes também esteve presente nesse encontro, segundo consta, e até trocou algumas palavras com a tal rapariga nerd (ou pelo menos documentada).
É de sublinhar que após terminar todos os títulos que referi em cima, Mark Millar terá um merecido descanço de 2 meses de modo a que se prepare para o seu regresso ao Universo Ultimate, um dos seus outros sonhos. De alguma forma, aposto que Millar irá coordenar este Universo após a mega-sensacional-borrada que vai ser Ultimatum, de Jeph Lo... esqueçam lá isso. Cá aguardarei!

29 agosto 2008

Spider-Man: Birth of Venom

Argumento: Lousie Simonson, Dave Michelinie, Mike Zeck, Ron Frenz, Rick leonardi
Desenho: John Byrne, Greg Larocque e Todd McFarlane

Desde que a Marvel abandonou o velho formato da continuidade do Aranha, tenho ponderado muito sobre se haveria de continuar a seguir esta nova fase. que surgiu Felizmente o futuro parece sorridente e só John Romita Jr. é que poderia ser chamado para resolver a situação e impor algum respeito em Brand New Day. Ainda não li o arco deste senhor juntamente com Dan Slott ("New Ways To Die"), que promete fazer entrar o Aranha no Universo Marvel, visto que ultimamente tinha andado tão desligado e irreconhecível, mas pelas críticas parece ser um renascimento (que espero ser para continuar). Ah, o Mark Waid também já está a caminho e prepara-se para o seu arco com o sensacional Marcos Martin. Procurem por este rapaz pois ele é muito talentoso e espero vê-los noutros títulos da Marvel futuramente. 
Mas sobre este capítulo da vida de Peter Parker falarei num post mais a frente, aqui vou falar um pouco sobre este Birth Of Venom, um livro essencial para quem queira descobrir um pouco mais sobre a origem deste conhecidíssímo vilão da galeria do Aranha. Várias edições clássicas do Aranha são compiladas neste fabuloso trade, que me fez visitar os tempos áureos desta personagem que tanto gosto. Ao ler isto também me deparo com a seguinte situação - actualmente a Marvel está a tentar reproduzir exactamente o mesmo que se passou nesta época (e as anteriores), tornado Peter um jovem descomprometido que apesar de ser um cromo de primeira, tem sempre uma namorada prestes a fazer-lhe a cabeça em água. A habitual referência ao seu trabalho no Clarim Diário também não podia faltar, tal como uma atitude editorial que eu adoro - longas estórias que nunca acabam que vão sempre renovando os intervenientes, não havendo um arco definido nem uma obrigação imposta aos argumentistas de modo a que mais tarde possa haver um TPB. O curioso é que, apesar de gostar de ver assim o Aranha, esta reprodução moderna não está nada famosa e tornar o Aranha o bom velho rapaz que todos os dias passsava por infortúnios, tornou-se hoje em dia algo... rídículo. Ridículo pela forma como certos autores insistem em usar as poucas páginas que têm por mês. Rídículo porque em cada edição tenho de levar com certos "Não percam a próxima edição queridos fãs" ou coisas que chegam a insultar a minha inteligência tal como referências do editor a acontecimentos que li na semana passada... Para que raio quero eu saber disto? Li a edição há poucos dias, não preciso daqueles insistentes friendly reminders (irritantes acima de tudo).
Enfim, esta estória, apesar de ter o Venom na capa, foca-se sobretudo no uniforme negro que o Homem-Aranha utilizou durante algum tempo, até descobrir que estava a vestir um fato alienígena que não passava de um parasita. O Quarteto Fantástico também tem lugar aqui (nunca vi o Coisa tão mal desenhado...) tal como a Gata Negra que aqui andava a sair com o Peter (nunca gostando dele propriamente, mas sim da sua personificação heróica). O Venom propriamente dito, com a participação do Eddie Brock, só aparece lá mais para a frente, sem muito protagonismo na minha opinião. Esta parte é já desenhada por Todd McFarlane, que é para mim um dos piores desenhadores de sempre da indústria. O único ponto positivo na sua participação neste meio é o de ter introduzido estórias rápidas que prendem a atenção, ao contrário das habituais secas que algumas vezes se apanhavam.
Das várias coisas que já li até hoje desta personagem, esta saga do uniforme negro torna-se uma das minhas preferidas passagens do herói. Gostava de poder dizer "Antes todas fossem assim", mas é como digo, actualmente não resulta, basicamente é feio e não sentido nenhum.
Nota: 9/10

Atrocidades Artísticas #1

É claro que ao longo destes últimos anos como leitor de BD não tenho apenas visto artistas com qualidade, é óbvio que existem certas ovelhas negras que nem uma paisagem com flores e arvoredos conseguem desenhar correctamente. Não vou mencionar já alguns desses nomes, mas sim mostrá-los a todos vós sempre que a oportunidade surgir.
O enforcado de hoje é nada mais, nada menos que Tony Daniel. Sim, aquele rapaz que anda a assassinar a grande (mas esquisita) estória que Grant Morrison está a desenvolver com o Batman. Pois bem, este artista já tem vários anos de carreira, tendo inclusivamente trabalhado em vários números da revista X-Force (que notabilizou outros grandes senhores como Fabian Nicieza ou Rob Liefeld). Nesta série, algumas das capas eram da sua autoria e posso dizer que são um verdadeiro hino à falta de anatomia! Ele é pés desproporcionais, homens que se olham com faces descontentes, esqueletos que a natureza nunca conseguiria criar! Vejam só esta capa (directamente vinda da década de 90):
À primeira vista parece algo completamente normal, não é? Mas se formos a analisá-la mais cuidadosamente, veremos alguns traços que não cabem na cabeça de ninguém. Começo pelo erro mais flagrante: estão a ver aquela senhora com barba a agarrar uma homem loiro que grita desesperadamente pela morte? Podem não acreditar, mas não é uma mulher! Aquele ser com uma anatomia muito duvidosa apenas tem 4 dedos nos pés! É um cão? É um gato? Não, é a Super-Aberração!
Continuando, estão a ver aquela senhora de verde que se lança para os céus como se não houvesse amanhã, pensando que é uma ave? Além de estar a sufocar dentro de um fato que lhe aperta todo o corpo, tem apenas um dedo no pé! Apenas um! E digo isto porque é o que aquelas botas permitem... Será que caberiam ali 5 dedos? É claro que não, esta rapariga é sem dúvida uma mutante. Além disso, aposto que ela não pode usar as suas longas pernas em combate, não fosse ela partir-se ali no meio do campo de batalha.
E o coitado do rapaz até me mete pena. Foram-lhe amputadas as pernas à nascença, mas como o sonho dele sempre foi o de voar como qualquer outro super-herói, até lhe ofereceram uns braços (com apenas 4 dedos, que fétiche!) feitos de insectos voadores. O que seria dele se encontrasse o Homem-Sapo...

28 agosto 2008

Continuação de Marvels vê luz do dia

Desde que o último número da mini-série Marvels, de Kurt Busiek e Alex Ross, chegou às lojas em 1994 que já se especulava que haveria uma continuação, mas o que é facto é que já se passaram 15 anos e ainda estamos à espera da sequela de um dos maiores clássicos da editora que tem o mesmo nome (ou quase).
Após 6 anos (!!) de trabalho intesivo, Jay Anacleto finalmente deu luz verde para que Marvels II inicie a sua publicação. Já que Ross decidiu afastar-se deste projecto, a Marvel decidiu contratar um artista que em termos de qualidade é algo de excelente, como podem ver pela única amostra do seu trabalho nesta série (para mais artes, pesquisem pelo sue trabalho em Aria).
Para quem não se lembra ou nunca leu a série, Phill Sheldon é um dos mais conhecidos fotógrafos freelancers da cidade de Nova Iorque, tendo sido notabilizado pelas suas excelentes fotos de super-heróis. Ao longo da sua carreira e de tantos anos de experiência, Phill foi percebendo melhor o papel dos heróis no mundo e que muitos daqueles que eram rejeitados afinal também mereciam o seu espaço no mundo. Para ele não existia 'Herói ou Ameaça?', mas apenas o herói. Uma obra que merece ser lida por todos os fãs de Marvel. Eu certamente comprarei a sequela, mas sempre com um pé atrás, afinal as sequelas são grandes inimigas da qualidade.

23 agosto 2008

Watchmen pode não chegar aos Cinemas

Ainda é uma suposição, mas é provável que aconteça. Enquanto dura uma batalha judicial entre a 20th Century Fox e a Warner Bros. pelos direitos de produção  da adaptação cinematográfica da obra de Alan Moore, iniciada em Fevereiro deste ano, os rumores já começam a chegar às teias da Internet. Ao que parece, a versão de Watchmen adaptada aos cinemas por Zack Snyder pode até nem ser chegar aos cinemas devido à acção da 20th Century Fox. Esta última alega que detém os direitos de produção e distribuição da obra há já 22 anos (!!), mas estranhamente nunca foram utilizados até hoje.
O porta-voz da 20th Century Fox reforça ainda que existe uma preocupação em relação aos fãs que anseiam pela estreia do filme a 6 de Março de 2009, mas sublinha que justiça deve ser feitaacima de tudo.
Nunca tinha falado disto aqui e tudo começou há já uns meses atrás, mas sempre pensei que, negócios à parte, a estreia do filme estaria assegurada e que poderia ver o filme descansado. Infelizmente, quando cheira a carne, aparecem sempre uns quantos abutres a tentarem obter alguns lucros e aqui verifica-se isso. Então a Fox detém os direitos do Watchmen há 22 anos e nunca ninguém deu por nada? Pior ainda, nunca aproveitaram esses direitos para fazer uma série ou um filme? Quem deve estar a rir-se com isto é o Alan Moore...

20 agosto 2008

Demolidor de Frank Miller em Novembro - Versão Acessível

Há uns tempos, a Marvel decidiu lançar um Omnibus fenomenal que incluía a run de Frank Miller completa no Demolidor. O problema era o preço - cerca de 100 dólares era o custo de uma preciosidade daquelas. Felizmente, ainda vejo a Marvel com bons olhos e eis que esta colecção será lançada em três volumes em capa mole, que para mim será uma colecção indispensável. O preço desta também não é muito famoso, serão 29.99 dólares por cada edição, mas não é nada que uma promoção especial conhecida não resolva.
Serão cerca de 336 páginas que prometem fazer reviver boas memórias ou abrir novos horizontes aos que nunca leram. O material incluído será Peter Parker, The Sectacular Spider-Man #27-28 e Daredevil #158-161/ #163-172.
Segundo a Marvel:
Escrito por FRANK MILLER, BILL MANTLO, ROGER MCKENZIE & DAVID MICHELINIE
Desenhado por FRANK MILLER
Capa de FRANK MILLER
A classic Marvel hero redefined by one of comics’ greatest visionaries! A Marvel Comics mainstay since 1964, Daredevil got a new lease on life in a landmark 1979-1983 run by writer-penciler Frank Miller and inker-penciler Klaus Janson, whose daring reinvention of the character quickly made Miller one of the biggest and most influential stars in the comic-book industry. Miller put his own stamp on established cast members such as reporter Ben Urich, femme fatale Black Widow, mad assassin Bullseye, the saw-fisted Gladiator and monstrous crime boss Kingpin. Miller also introduced Daredevil’s mysterious mentor Stick, deadly ninja foes the Hand and Matt’s long-lost love Elektra, a beautiful assassin who would become one of Marvel’s most memorable characters. Mixing traditional super-heroics with mysterious martial artistry, doomed romance and dark personal drama, Miller’s character-defining DD run is collected across three titanic trade paperbacks! 

19 agosto 2008

Astonishing X-Men, por Joss Whedon e John Cassaday

O status quo dos Mutantes neste últimos anos de edição da Marvel tem sido mais que atribulado e dificilmente se consegue alcançar alguma estabilidade, sem sequer existir realmente um statuo quo. Além de estes terem abandonado quase que por completo as principais fileiras do Universo Marvel, existindo num mundo que parece ser apenas habitado por mutantes, os X-Men têm perdido grande parte da sua identidade ao longo deste últimos anos, tendo atravessado diversos problemas.
Vejamos, desde os anos '90 que a população Mutante tem vindo a crescer, tendo até sido criados títulos-extra que acompanhavam o já habitual Uncanny X-Men, que pelos vistos não chegava para contar as histórias que os editores queriam publicar. Jim Lee e Chris Claremont foram um êxito na altura, tendo feito aquele que talvez é a série mais vendida na indústria americana, tendo vendido mais de 8 milhões de cópias. Falo do título X-Men, que pretendia dar um novo look aos mutantes, juntando um argumentista clássico a um desenhador que marcaria toda aquela fase "Image Comics" que foram os '90.
Outro homem que chegava para ficar era o controverso Rob Liefeld, mais uma das cabeças que fariam parte da Image e que fazia as delícias dos fãs (um dos maiores mistérios da história dos comics). A X-Force era a aposta por parte deste duvidoso argumentista/ desenhador, mas a pouca estabilidade entre as várias equipas criativas desta nova vaga de títulos X-Men não permitia a sua existência por muito mais tempo. Claremont apenas escreveu três comics da série X-Men (divergências com a Marvel), deixando Lee sozinho à espera de melhor sorte, juntamente com outros resistente como Scott Lodbel ou Fabian Nicieza. O problema é que a Marvel iria ser mais tarde desfalcada pelo aparecimento da Image, com os abandonos de Lee, Liefeld e até Marc Silvestri, uma imagem de marca dessa editora.
Esta década também fez surgir vários personagens que caíram facilmente no esquecimento, mas que mesmo assim, os fãs mais acérrimos dos X-Men faziam questão de os lembrarem, como o famoso Gambit, Cable ou Bishop, que até tiveram direito a séries próprias, que terminaram mais tarde de forma precoce.
Único nome a reter nesta década: Age of Apocalipse. Talvez seja das mais conhecidas sagas dos X-Men, uma daquelas que mais títulos abrangeu e uma das mais preferidas pelos fãs. Quem estiver interessado como eu (há já muito tempo), existem três volumes disponíveis pela Marvel (daqueles de 300-400 páginas cada) que incluem a saga completa. Outra coisa que talvez tenha valido a pena é a Onslaught Saga, onde li poucas coisas ainda editadas pela Devir que continham a personagem, mas que não faziam parte da saga em si.

Novo milénio. A população Mutante começa a crescer demasiado, um descontrolo total que leva a que o ódio pelo Homo Superior seja crescente. "Quem é que vamos chamar para resolver esta situação de uma forma pouco convencional?" - Grant Morrison, pois claro. Chris Claremont já estava com os seus dias contados no que toca à escrita de estórias dos X-Men, tanto que lhe arranjaram um título um bocado fora do contexto e que não influenciava muito a continuidade da cronologia mutante - X-Treme X-Men, uma fiasco total que tanto pecava por um argumento desprovido de imaginação, sempre a insistir nas mesmas fórmulas, como também por ter a participação de mais um artista duvidoso, Salvador Larroca, dotado de pouca criatividade.
Só Morrison conseguiu depositar alguma confiança na extensa lista de fãs dos Mutantes, tanto que a sua fase no título New X-Men, lançada integralmente aqui em Portugal pela Devir, faltando apenas o spin-off Here Comes Tomorrow (um dos maiores motivos de ódio pela Devir por parte dos leitores portugueses), durou mais de 40 edições. O problema - tornou-se um clássico controverso na história dos Mutantes, em grande parte por causa dos excessivos retcons, mais tarde, feitos pela Marvel quase que apagando todo o sentido e significado que Morrison quis transpôr. Digamos que a Marvel já devia saber no que se estava a meter quando contratou Morrison - exemplo das suas maluquices insanas pode ser a recente run em Batman, que tanto faz a delícia dos fãs como também os deixa confusos.
Grande parte desta controvérsia foi também alimentada pela caracterização crua e nua de Magneto, que em New X-Men foi descrito como um terrorista sem qualquer valor moral que se preparava para assassinar grande parte da população humana de Nova Iorque através de crematórios, uma óbvia referência aos campos de concentração Nazis e uma forma de responder ao ódio mútuo entre Magneto e grande parte da população americana. A Marvel não gostou, dando a entender que nem sequer tinha conhecimento da estória que Morrison pretendia contar, dando-lhe uma liberdade criativa que mais tarde se tornou numa hipocrisia editorial. Esta história está a precisar de uma reileitura, pois apenas sei que na altura em que a li, senti que era o melhor que já tinha lido enquanto fã de BD, mas ainda era jovem. Agora não sei se ficarei com a mesma impressão, mas espero tirar as minhas dúvidas ainda este ano.

Enquanto Morrison destruiu Genosha, Bendis disse "No more mutants" e a profecía cumpriu-se. Os mutantes ficaram reduzidos a pouco menos de 200 espécimes e o objectivo de grande parte dos seus inimigos estava cumprido - a Terra era agora habitada por um número reduzido daquela espécie e vários ex-mutantes dividiam-se entre uma espécie de contentamento/ frustração. Enquanto que uns esperavam ansiosamente aquele dia, outros descobriam que aquela era uma tragédia. Ainda outro grupo apercebia-se que não sabia bem aquilo que queria.
O próximo e último passo que para mim tem uma importância realmente verdadeira nesta nova década e que para mim é bem superior a qualquer novo evento Mutante, tem o nome de Astonishing X-Men, dos formidáveis Joss Whedon e John Cassday. Na minha opinião, este é o género de história que tem tudo para ter sucesso. 24 comics é o número ideal para construir uma trama complexa, culminando tudo num especial oversized, que como não poderia deixar de ser, torna-se brilhante e faz aquilo que qualquer estória de qualidade faz - deixa pontas soltas, deixa o leitor agarrado à espera de mais, mesmo este sabendo que não haverá mais. Além disso, esta série não se baseia em nenhum evento recente, pois apenas depende si própria, utilizando uma formação clássica que até tem direito a regressos dos mortos. Mesmo assim, não deixa de ser uma clara continuação directa da série de Morrison e talvez pretenda ser uma estória direccionada para os leitores mais exigentes (e uma forma da Marvel se redimir da sua atitude).
Apesar de Whedon caracterizar tradicionalmente a equipa dos X-Men, regressando aos uniformes habituais, ao contrário de Morrison, notam-se diversas referências a New X-Men - a série deu direito à reacção menos pacata do Wolverine ao relacionamento de Emma Frost e Cyclops, além de que a equipa atravessa uma crise na sua formação, facto que caracterizou um pouco o fim de New X-Men. Mas esta série não é só feita de referências, aqui também se nota alguma descentralização quanto ao destaque de cada personagem, não sendo os líderes da equipa que o recebem mais. Nota-se bem que Whedon tem alguma familiarização com Kitty Pride, tendo dado uma utilização à personagem que faz lembrar as estórias mais clássicas em que esta participou. A personalidade forte e corajosa está lá toda e é por isso que esta se torna a minha preferida e quiçá melhor participação nesta série.
Está série, de 4 volumes, tendo já dois sido editados pela BdMania em capa dura, são excelentes aquisições e mostram que através de 4 acções distintas ao longo desses volumes, se conseguem solidificar várias interligações entre as personagens e todos os acontecimentos descritos por Whedon. Esta é assim uma das estórias com mais qualidade na linha-X desde que a era de Chris Claremont terminou, só sendo superada pela fase de Morrison, mas não deixa por isso de ter a sua devida qualidade. O último volume desta série, Unstoppable, é mais uma das leituras do ano, fazendo com que esta série mereça ser lida por qualquer fã ou não fã de X-Men - é uma estória muito especial que mostra que é possível fazerem-se coisa que não estejam ligadas aos eventos principais da editora, mesmo que o seu lançamento seja simultâneo. Aguardem uma análise à série Novos X-Men, de Morrison, editada pela Devir.

Nota 10/10 - Obrigatório!

17 agosto 2008

3 Anos de Vida

É verdade, é hoje, dia 17 de Agosto, que o Área Negativa! completa  3 anos de existência, depois de ter sido criado em 2005. Entre a habitual contagem dos números do blog, já contamos com uma marca de 71.386 visitas desde o nascimento e com 476 posts, a contar com este. É certo que este ano tem sido aquele com menos ritmo no que toca à escrita, mas cá se continua e isso é que interessa.
Os agradecimentos, este ano, vão para todos os leitores que por aqui passam, comentando ou não comentando, se não fossem eles este espaço não existia. Espero continuar por aqui muitos mais anos a fazer aquilo que todos os blogs sobre BD fazem - divulgar a 9ª Arte. Obrigado!

You Tube of The Week #12- Inevitable Alliance



O escolhido desta 12ª edição do vídeo da semana é um trabalho que fez suar. E digo isto porque este vídeo que viram/ estão a ver/ irão ver demorou cerca de um ano a ser feito, não fosse a técnica stop-motion a utilizada. O nome desta pequena obra é Inevitable Alliance e mostra o embate de titãs entre bonecos do Capitão América ou o Homem Aranha contra o Apocalipse e o Dr. Destino, colecção privada de Christopher Lauto.
São 3 mil fotografias que renderam um trabalho que durou dias e dias a ser terminado, mas que certamente deu alguma satisfação ao nosso colega nerd.