30 setembro 2008

Homem Aranha: Azul

Argumento: Jeph Loeb
Desenho: Tim Sale

Este livro é aquele tal "outro lado da moeda". Sinceramente não percebo o que vai na cabeça de Jeph Loeb quando ele consegue dar-nos um estória tão bela e poética como esta e a seguir disparar comics tão degradantes e desgraçados como Captain America: White #0. Talvez seja daqueles fenómenos da física inexplicáveis ou com teorias ainda por provar, tipo o Big Bang. Talvez fosse boa ideia criar um acelerador de partículas para estudar este autor...
Homem Aranha: Azul é de facto uma mini-série que deve ser relembrada pelos fãs do Aranhiço. Aqui, o elemento fulcral nem é bem a cena em que a aranha pica o Peter e este passa a ter poderes, aliás, não tem mesmo nada a ver. Esta é uma estória de amor, passada no Dia de S. Valentim que foca o relacionamento de Peter Parker com os seus amigos de adolescência, em especial Gwen Stacy. Podemos também dizer que é nesta etapa que vemos um Peter marrão a passar para um Peter mais cool, tudo devido à sua nova vida atarefada com os estudos da universidade, o trabalho no Clarim Diário, as desavenças temporárias com Flash Thompson, aturar o J.J.J., o surgimento do seu melhor amigo - Harry Osborn e, como não podia deixar de ser, dois problemas do sexo feminino - Mary Jane Watson e Gwen Stacy.
É engraçado verificar que ainda hoje o Peter continuaria a amar mais Gwen Stacy do que MJ, mesmo estando (tecnicamente) casado com ela. É essa, pelo menos, a mensagem final que Jeph Loeb transmite neste livro, que tinha tudo para ser perfeito, mas devido a um erro  téncico de "lugares-comuns", a escrita borrou toda.
Vale lembrar que é a segunda vez que leio este bonito conto, mas parece que só agora é que consegui apreciá-lo ao máximo. Sinto que várias coisas me escaparam quando o li há já quase 4 anos. Além disso, este releitura surge num momento em que estou a tentar ler tudo o que tenho desta dupla (seguir-se-á Superman: For All Seasons e mais à frente Batman: Long Halloween, surgindo talvez Daredevil: Yellow pelo meio). Estou num processo de análise em relação ao que a dupla maravilha consegue fazer de bom e de mau, principalmente, pois segundo alguma pesquisa da minha parte, Jeph Loeb apenas foi reutilizando várias ideias da sua primeira estória no Batman.
Enfim, adorei este livro, é incrível como ainda hoje toda a mitologia criada por Stan Lee e Steve Dikto me impressiona e me faz tanto sorrir como reflectir sobre o que se passa na vida agitada de Peter Parker. Obrigado Stan.
Nota: 8/10

29 setembro 2008

Vencedores dos Harvey Awards 2008

 
Os vencedores da edição deste ano dos Harvey Awards foram anunciados na Baltimore Comic Con, uma das mais conhecidas convenções Americanas de comics.
A par dos Eisners, estes prémios visam a premiar os melhor artistas, argumentistas e ou séries pelos seus trabalhos ao longo dos últimos meses em diversas categorias, como podem ver pelos vencedores:
Melhor Legendagem – Chris Eliopoulos, Daredevil
Melhor Colorista – Laura Martin, Thor
Melhor Tira – Doonsbury, por Garry Trudeau
Melhor Comic Online – Perry Bible Fellowship por Nicholas Gurewitch
Melhor Arte-Finalista – Kevin Nowlan - Witchblade
Melhor Edição Americana de Material Estrangeiro - Eduardo Risso’s Tales of Terror por Dynamite Entertainment
Melhor Nova Série - The Umbrella Academy, Dark Horse Comics
Mellhor Álbum, já Publicado Anteriormente - Captain America Omnibus, Marvel Comics
Prémio Especial para Humor nos Comics - Perry Bible Fellowship por Nicholas Gurewitch
Melhor Novo Talneto – Vasilis Lolos, Last Call, Oni Press
Melhor Livro Biográfico, Histórico ou Jornalístico - Reading Comics: How Graphic Albums Work and What They Mean por Douglas Wolk
Melhor Antologia - Popgun Volume 1, editado por Joe Keatinge, Image Comics
Melhor Re-Edição - The Complete Peanuts, Fantagraphics Books
Melhor Arte de Capas – Mike Mignola, Hellboy
Prémio Especial por Excelência na Apresentação - EC Archives, editado por Russ Cochran, Gemstone
Melhor Álbum Original - Scott Pilgrim Gets it Together, Oni Press
Prémio The Hero Initiative – Nick Cardy, presented by Todd Dezago
Melhor Série Ongoing ou Limitada - All Star Superman, DC Comics
Melhor Argumentista – Brian K. Vaughan, Y: The Last Man, DC Comics
Melhor Artista – Frank Quitely, All Star Superman, DC Comics
Melhor Cartoonista – Darwyn Cooke, The Spirit, DC Comics
Melhor Comic ou Estória Solta - All Star Superman #8, DC Comics. 
A tradução foi um bocado à Google Translator, mas estes americanos gostam de complicar as coisas aos tradutores.
Concordo com a esmagadora maioria dos prémios entregues, com destaque para o excelente Chris Eliopoulos (não só em Daredevil) que tem uma sensibilidade única para fazer letterings. Isto pode soar meio filosófico, mas um bom trabalho não fica só a cargo do argumentista, do desenhador e do colorista - a legendagem é importantíssima e pode até mesmo influenciar o julgamento sobre uma obra. Laura Martin também recebe o seu prémio sem surpresas algumas. Quem está a acompanhar Thor e Secret Invasion sabe do que estou a falar. Habitualmente seria o Richard Isanove a ganhar, mas acho que este ano há mais que motivos para alterar o vencedor. Quanto ao prémio de Mike Mignola, referente às melhores capas não me parece que seja inteiramente justo. Eu sei que o homem tem uma arte muito porreira e as capas seguem o mesmo rumo, mas este ano surgiu um novo colosso da arte das capas que tem o nome de Marko Djurdevic. Justificava-se a atribuição do prémio a este senhor, na minha opinião. All Star Superman é claramente o vencedor do ano, com nada mais que 3 dos prémios. É justo, ninguém pode negá-lo, é das melhores séries do Azulão alguma vez publicadas, ponto final, 'nuff said!

28 setembro 2008

Superman: Last Son

Argumento: Geoff Johns e Richard Donner
Desenho: Adam Kubert 

Quando li este livro veio-me rapidamente à memória a melhor estória que já li do Super-Homem - Superman: Secret Identity, e notei várias semelhanças na abordagem destes dois enredos que, apesar de tocarem momentos cronológicos completamente diferentes, partilham alguns pontos interessantes desde a possível paternidade de Kal-El até à qualidade que as duas obras possuem.
Em Secret Identity lidamos com a origem do Superboy Prime, habitante de um planeta em que os super-heróis apenas existem na forma de Banda Desenhada. Mas para grande azar deste personagem, os seus pais deram-lhe o nome de Clark Kent à nascença, o que faz com que todos os seus amigos e familiares trocem dele de alguma forma com comparações algo insólitas. 
"Onde é que anda a Lois, Clark!?" era a deixa mais conhecida no liceu onde Clark tinha aulas. Por sua vez, em cada aniversário seu era bombardeado com os mais deliciosos presentes da personagem dos comics, desde estórias antigas até a uniformes e outros que tais. Quem disse que ter um nome destes era fácil?
Neste Last Son, o Super-Homem é o original e já conta uma idade bem mais avançada. O Universo é o que todo nós conhecemos e inclui a Lois Lane, Jimmy Olsen, Perry White e outros tantos, o que permite que toda a mística deste personagem esteja presente. E para que esta continue a ser uma estória interessante do Super-Homem, é também preciso que esta tenha uma premissa simples, sem esse factor não valeria a pena pegar neste livro.
Kal-El descobre que afinal não é o último sobrevivente de Krypton e que afinal ainda havia um descendente que se havia perdido na Zona Fantasma, uma espécie de prisão Kryptoniana a que aqueles que haviam cometido crimes estavam condenados, com a vantagem de que por lá o tempo não passava, daí este indivíduo ter sobrevivido durante tanto tempo.
Ao início, Chris Kent (nome de código dado à criança e uma óbvia referência a Christopher Reeve) é alvo de estudos por parte do Governo, o que contribui para que Clark tente assumir rapidamente a paternidade do rapaz juntamente com Lois, apesar de esta recusar numa primeira instância. A partir daqui, o desenrolar da estória é digno de uma adaptação cinematográfica, não fosse ela dirigida por Richard Donner e Geoff Johns. Até existe um capítulo passado na Zona Fantasma adaptado à tecnologia 3-D, sem dúvida um dos momentos altos deste livro.
Ainda assim, neste conto do Super-Homem, acontece algo que raramente se passa - o desenho supera a mestria do argumento. E eu pergunto-me como é que isto seria possível quando o argumento, por si só, já é algo tão bom? A resposta é "Adam Kubert". Parece mesmo que "filho de peixe sabe nadar". A arte deste senhor não pode ser descrita, apenas vislumbrada e logo contemplada. Podem dizer que a arte não é hiper-realista e que os bonecos dele parecem vindos de uma série animada, mas antes de qualquer artista saber desenhar uma anatomia perfeita de um personagem, deveria aprender a fazer Banda Desenhada, que essa nem todos sabem. Isto sim é Banda Desenhada!
Tanto Secret Indentity como este Last Son são estórias com uma beleza imensa, devido à sua simplicidade que capta na perfeição dois momentos destintos da vida do Super Homem, se bem que no primeiro se foca toda a vida do mesmo chegando até à parte em que Clark se assume como pai de duas filhas, se não estou em erro. Ah, a arte também é espectacular em SI. 
Acho que o Super-Homem é aquela personagem que todo gostam, pois é de facto interessante ver como um perfeito Deus consegue ter uma mitologia tão banal e sedutora ao mesmo tempo. Sem dúvida que estes dois livros devem ser lidos por todos vós que gostam de BD.
Nota: 9/10

22 setembro 2008

Captain America: White #0

Argumento: Jeph Loeb
Desenho: Tim Sale
Não vou dizer muita coisa sobre esta amostra da mais recente mini-série das Cores, da dupla Jeph Loeb e Tim Sale, pois além de não ser digna de um registo muito longo, tem apenas pouco mais de 10 páginas de estória e outras 10 de extras que, diga-se de passagem, são completamente dispensáveis à excepção de uns certos esboços do Sale.
Este prelúdio não é mais do que uma breve origem do Capitão América que conta como surgiu uma das primeiras duplas de Super-Heróis dos comics. Basicamente, é o recontar do recontado que mastiga muitos dos elementos do personagem nobre da Marvel, fazendo com que a mística do mesmo se perca ao longo das páginas. Jeph Loeb tornou-se um contador de estórias péssimo e o story-telling de Tim Sale piorou juntamente com a sua arte. Chegamos, portanto, à conclusão de que estes dois pouco ou nada têm acrescentar a esta indústria, se bem que tenho uma pequena esperança em relação ao Sale.
As palavras de Loeb não ficam na memória, tornando-se descartáveis, não têm impacto nenhum e são vazias, não há praticamente qualquer enredo a seguir - os heróis tanto podem estar no cinema, como estar num campo de batalha. A arte de Tim Sale está a quebrar e a não aproveitar aquilo que de mais belo existia nela - a simplicidade do traço está a tornar-se em algo desproporcional que faz lembrar os momentos estelares da carreira de Rob Liefeld.
Há algo mais a dizer? Pois claro - não comprem! De qualquer forma estarei cá para fazer o julgamento da mini-série completa.
Nota 4/10 - Chover no molhado!

17 setembro 2008

Mais Erros de Impressão em Action Comics #869

Estes últimos dias têm sido uma verdadeira dor de cabeça para a DC Comics, isto depois dos problemas com All Star Batman and Robin #10. Desta feita, foi o outro principal herói da editora que teve um problema na impressão da capa em Action Comics #869, da autoria de Geoff Johns e Gary Frank, como podem ver em cima.
Não conseguem ver as diferenças? Eu ajudo (com a ajuda do Rich Johnston, que detectou este erro): Gary Frank desenhou esta capa com o intuito de mostrar Clark Kent e o seu pai a beberem uma cerveja muito pacatamente. Passaram-se três meses e a DC, após rever a capa, achou que seria melhor para todas as crianças leitoras não verem o seu ídolo a beber álcool e decidiu, então, alterar a garrafa para uma SODA! Soda esta que faz muito bem aos jovens, cheia de açúcar e gás que ameaça constantemente o metabolismo humano.
O pior é que a DC teve três meses para detectar este erro, mas só quando a edição já está à venda é que se lembram, subitamente, de alertar os vendedores a pedirem que destruam todos os exemplares (está-se mesmo a ver que é o que vai acontecer). 
A novela não fica por aqui. Ainda não há relatos específicos, mas especula-se que o comic DCU: Decisions, também sofreu um erro de impressão... Estas pérolas já estão a valer uma pipa de massa no ebay.

16 setembro 2008

T-Shirts da DC Comics na Pull and Bear

Ao que parece, a nova colecção de Outono da famosa cadeia de lojas de roupa, Pull and Bear, recebeu um carregamento de várias t-shirts com temas dos heróis mais famosos da editora DC Comics. Quem me contou isto há umas semanas foi o Diogo Campos, mas só hoje é que tive a oportunidade de dar uma saltada à dita loja e ver finalmente as tais camisolas. Há anos que procurava umas do género, portanto adorei esta iniciativa da Pull (tal como tantas outras). 
Como podem ver pela imagem, estão ali algumas amostras das peças que foram fabricadas. Além de três modelos do Flash, dois do Joker, do Plastic Man e dos Heróis da DC, também existem modelos do Penguin, Green Lantern e da Wonder Woman.
Não se inibam e comprem umas quantas destas, valem muito e pena. O único ponto negativo são os atributos de certas t-shirts, como por exemplo, a aplicação de brilhantes que, na minha opinião, ficam bastante mal.

15 setembro 2008

Neil Gaiman em Batman #685

Esta notícia já é um bocado antiga e toda a gente já sabe que o Neil Gaiman vai escrever um comic na actual série do Batman, mais concretamente o número 685. Grant Morrison é quem está a tentar re-definir a personagem de Bruce Wayne através da saga da Batman R.I.P., sendo que o Neil irá participar na série logo a seguir a este evento. Ao que parece, também a série Detective Comics terá a participação deste argumentista, fazendo assim um arco de dois comics a sair em Janeiro. O desenho ficará a cargo de Andy Kubert, à direita.
A estória terá o nome de "Whatever Happened to the Caped Crusader?", uma clara alusão à famosa estória de Alan Moore com o Homem de Aço. A intenção é de encerrar definitivamente a saga de Morrison e re-re-definir o Batman para que possa ser utilizado por outros argumentistas, futuramente. E por falar em futuro, Dennis O'Neil irá também escrever duas edições do Batman, a seguir a Neil gaiman, focando o estado em que Gotham se encontra os últimos eventos.

Apesar de ter medo do que vai sair daqui, é óbvio que é algo que devo comprar. Mas tenham muito medo!

10 setembro 2008

BatBarraca em All-Star Batman

Okay... Esta espécie de trocadilho até que foi infeliz, mas pior foi a mais recente polémica entre a Diamond a edição #10 de All-Star Batman and Robin, The Boy Wonder. As vendas já estavam más, mas estes errozitos e ainda melhoram pioram popularidade da série...
A Diamond, a gráfica que imprime e destribui todos os comics feitos na América não reparou que houve um erro no lettering da edição acima referida em relação à censura das palavras menos próprias do comic. Palavras como "ASS" e "FUCK" passaram despercebidas com apenas uma barra preta por cima, menos escura que as próprias palavras, ou seja, aqueles habituais @$$ [símbolos] que sempre substituem tais atrocidades foram esquecidos. As páginas já caíram na net e foram divulgas pelo sempre prestável Rich Jonhston, na sua conhecidíssima coluna de rumores [link]. Podem vê-las em cima deste texto.
A situação foi levada ao extremo pela distribuidora, ao ponto de esta pedir às lojas onde esta edição tinha chegado que destruissem os exemplares e que uma nova edição está a caminho.
POSSAS! Agora é que já me estragarm o dia! Então deixam isto acontecer? E agora? Os pequenos (e poucos) rapazitos que ainda leêm isto vão ficar com traumas de infância. Sugiro que a DC procure rapidamente um advogado e processe a Diamond, não vá isto acontecer outra vez.
P.S.: Não sei quem é que tentou censurar aquelas palavras lá em cima... Treta!

08 setembro 2008

Thor #1-10

Argumento: J.M. Straczynski
Desenho: Olivier Coipel e Marko Djurdevic

Magnífico! Aqui é que se pode constatar que comics não se tratam apenas de super-heróis à pancada, em cenários terrestres ou aéreos com centenas de pessoas a gritarem pelas suas vidas. E não cultiva a pré-adolescência!
Para quem não sabe... o Thor é um Deus Nórdico que habitava em Asgard, lar de todos os outros Deuses da sua mitologia, mitologia esta adaptada ao Universo Marvel. Recentemente, todos os Deuses que faziam de Asgard a sua moradia, passaram por Ragnarok, uma espécie de Apocalipse destas personagens mitológicas que se acredita ser cíclico, em que os Deuses morrem de modo a renascerem para outras vidas distintas.
Straczynski partiu deste princípio e a sua storyline é, de facto, uma continuação da série anterior que deixou de ver a luz do dia no ano de 2004, esperando até que em 2007 alguém a resgatasse. Diga-se de passagem que foi um hiatus relativamente bem conseguido. Às vezes as personagens precisam de respirar e de facto foi uma boa espera até que o Strac surgisse para criar um status quo totalmente diferente daquilo a que estávamos habituados. Atenção que é necessário ler a série até aqui de modo a que se possa apreciá-la da melhor forma. Quem ler só o primeiro trade poderá ficar desiludido com a pouca informação que é transmitida.
Asgard já não se situa em nenhuma dimensão paralela ou algo do género, mas sim na Terra. isso mesmo, é uma espécie de cidade antiga flutuante que está no meio de um descampado, perto de uma cidade onde o... "alter-ego" de Thor, Donald Blake, se alojou. A população é muito sociável (veja-se os encontros que se realizam entre estes e os Deuses), o que proporciona um ambiente excelente para establecer um status quo livre de perigos e chatices.
E é mesmo isso que estas 10 primeiras edições, e as que se seguirão, fazem - establecem uma nova vida para Thor e companhia, sem nenhum habitual vilão de segunda linha que visita Asgard constantemente só para entreter a malta. Não. Aqui criou-se uma vida totalmente nova, novos hábitos, onde os Deuses estavam perdidos há já muito, alojados em seres humanos comuns (à semelhança de Eternals de Neil Gaiman) que Thor tenta encontrar com o objectivo de reunir todo seu império deixado por Odin, seu pai.
É claro que uma mudança para a Terra não é totalmente colorida e os Deuses mostram problemas quanto à adaptação à sua nova casa. Grande parte da mitologia nórdica perde-se com esta mudança, desde os desaprecidos Frost Giants até a outras criaturas mitológicas que agora me escapam. É claro que para o leitor este não é um problema, pois Strac apercebe-se desse pequeno problema e faz questão de o expor tornando-o numa pérola da "manipulação" (leiam e logo verão do que estou a falar).
Outro ponto fulcral nesta série é o de a personagem Loki se ter "transformado" num Deus do sexo feminino (uma Deusa, claro). Os fãs mais acérrimos podem não ter gostado, apesar de ainda não ter lido tais reacções negativas, mas o que é facto é que esta metamorfose está a ser bastante atraente e não havia melhor forma de renovar uma personagem que por si só já estava gasta. Julgo que a personagem ganhou uma certa densidade e deixou de ser um rapaz mimado que sempre tentava alcançar por todos os meios a queda do seu meio-irmão, Thor. Não estou a desprezar a personagem nem a denegri-la, até acho que nas estórias mais antigas a coisa até se dava bem, mas hoje ainda não estou a ver que resultasse. A Loki dos tempos modernos tornou-se uma manipuladora do caraças que consegue ser bastante convicente, fazendo mesmo com que eu a adore. Só aquela cara assustadora... tem tanto carisma que se torna adorável.
É tudo isto que falei que me faz estar contente pela birra que o Strac está a fazer com a Marvel (com razão). Afasta-se de todo o Universo e cria um que tem o seu próprio selo e não mete personagens que estejam a mais. Melhor que isto não podia ser, a estória está a ser explorada ao máximo e quem melhor que Olivier Coipel para ilustrar este Magnífico conto dos Deuses Nórdicos? Só tenho pena que este novo status esteja a  ser utilizado numa daquelas mini-séries relativas a Secret Invasion, que só servem para ganhar dinheiro e mais uma vez arruinar o que de tão belo se pode fazer neste Universo Marvel.
10/10 - A não perder!

05 setembro 2008

Atrocidades Artísticas #2

O apanhado desta semana é um pobre coitado que até tem talento, mas de vez em quando dá-lhe uma pancada e faz destas. Howard Porter, já com uma das suas obras publicadas em Portugal pela Devir (Liga da Justiça: Torre de Babel), teve uns quantos problemas na recente mini-série Trials of Shazam, onde começou relativamente bem, com uma arte que era bastante agradável, mas lá para o meio da publicação da coisa, caiu uma maldição Rob Liefeld em cima dele e o caldo lá se entornou. Ele era pernas gigantes, troncos pequenos, cabeças anãs e sei lá mais o quê, até acabar por ser substituído (não sei se foi esse o motivo, mas eu gosto de acreditar que sim). Essas amostras não as tenho aqui à mão, mas para já fiquem com esta obra de ficção-científica:
Aqui já nem era ele a desenhar, felizmente, mas tive o infortúnio de o ver a fazer barbaridades nas capas. À primeira vista, a capa parece bonita e tal, mas numa visão mais cuidadosa, dá para ver que ele desenhou isto de olhos fechados...
Comecemos pelo braço esquerdo daquele rapaz grande com cabelo de mulher, de cara feia e chateada. Se formos a fazer alguma matemática, se ele deixasse cair o braço, este não passaria da sua cintura, além de que nunca poderia ajeitar as suas belas sandálias, vindas de uma Grécia antiga enquanto vivemos no século XXI (quem é que inventou este tipo??). 
Esta pobre alma até poderia viver com um braço que não é seu (feito mesmo... coff coff... para caber na capa... coff coff...), mas sem o seu órgão vital é que não! Ora vejam lá a tanga que o ilustre senhor possui - não está lá nada! Os músculos da perna até tendem a ficar enrogados naquela direcção, dando até outra perspectiva da coisa. Enfim, mais aberração que isto ele não podia ser. Isto é claro que se excluirmos aquele ombro desfigurado, a cabeça mínima, aquele braço direito gigante, aquelas pernas gigantescas, aquele sabre de luz que não percebo de onde vem. Mas o qu'é que isso interessa?!
Como este caso não podia piorar mais, o Porter lá decidiu meter mais uns errozitos que até são bem engraçados. Já viram bem a pose do Capitão Marvel Jr.? Mais um pouco dava a volta ao corpo em 360º graus... São coisas destas que me dão pesadelos.

04 setembro 2008

Primeiras Imagens Conceptuais de Green Lantern, o Filme

Brian Murray, um dos responsáveis pela adaptação ao cinema do Green Lantern, decidiu mostrar algumas imagens reveladoras sobre os ambientes e as personagens que vão ser usadas na trama deste filme. Pelos vistos, estas artes têm algo de especial - não fossem estas belas amostras, Hollywood talvez não teria aceite que o Lanterna fosse uma das próximas personagens da DC a ter o seu espaço no cinema.
Para já, confirma-se que Carol Ferris fará parte do elenco, visto que é uma peça chave na história do Lanterna. Muitos outros Lanternas também deverão cumprir o seu papel, pois são fundamentais na origem de Hal Jordan. Por falar em Jordan, vão reparar, nestas amostras, que o seu uniforme está um pouco mais parecido com o do Ion, Kyle Rayner, talvez de modo a que Hollywood ficasse melhor impressionado com um visual mais actual.
Estou mesmo entusiasmado com esta ideia. O Lanterna tornou-se uma das minhas personagens favoritas desde que comecei a ler a saga escrita pelo Geoff Johns (ultra-recomendada) e desde aí já não quero outra coisa. Gostava que este argumentista estivesse envolvido no filme, mas felizmente outro nome de peso está lá para compensar - Marc Guggenheim fará parte da equipa de escritores que irão dar um argumento ao filme, ao lado de Michael J. Green e Greg Berlanti. Não estou à espera de um The Dark Knight, mas certamente vai sair dali alguma coisa bonita.

03 setembro 2008

Mark Millar Comenta Planos para o Futuro

Actualmente encarregado de argumentar séries como Kick-Ass, War Heroes, Fantastic Four, Wolverine e Marvel 1985 (espero que não me tenha escapado nenhuma), Mark Millar corre o risco de ficar na história dos comics pelas suas passagens em várias séries famosas e, provavelmente, por estar há já muito apontado para co-dirigir/ argumentar  a nova série de filmes do Super-Homem. Para quem não sabe, a DC vai esquecer completamente a produção de Brian Singer e investir numa nova franquia que terá elementos mais "sérios" (infelizmente querem transformar o Super-Homem num Batman). O sonho de Millar é mesmo o de transfigurar o Azulão para as telas, mas até isso acontecer muitas outras coisas se passarão.
Recentemente este super-homem dos comics concedeu uma entrevista a uma jovem rapariga onde deu a conhecer os seus planos para o seu futuro, muito risonho diga-se de passagem. Não se assustem, mas ela é nerd:





O discurso de Millar pode parecer um pouco encriptado, mas dêem-lhe espaço, o homem é escocês. Assim por alto, o que o argumentista continua afirmar é que tem andado em conversas muito animadas com um tal realizador de cinema que ninguém sabe muito bem quem é. Além disso, parece que Richard Donner também se quer meter na salada e até se encontrou com Millar momentos após a entrevista. "Para mim, é como conhecer o Ghandi!" disse o escocês muito animado com a possibilidade de conhecer uma das lendas vivas responsáveis pela primeira adaptação do Super-Homem ao cinema. 
Tony Harris, o grande artista por detrás de Ex-Machina e War Heroes também esteve presente nesse encontro, segundo consta, e até trocou algumas palavras com a tal rapariga nerd (ou pelo menos documentada).
É de sublinhar que após terminar todos os títulos que referi em cima, Mark Millar terá um merecido descanço de 2 meses de modo a que se prepare para o seu regresso ao Universo Ultimate, um dos seus outros sonhos. De alguma forma, aposto que Millar irá coordenar este Universo após a mega-sensacional-borrada que vai ser Ultimatum, de Jeph Lo... esqueçam lá isso. Cá aguardarei!