31 agosto 2009

O Rapaz que Coleccionava o Homem-Aranha

Há uns dias atrás fiquei a saber da existência desta estória através da votação do CBR sobre os painéis mais marcantes dos 70 anos da Marvel. Quando vi a vinheta não identifiquei este pequeno conto, pois não o conhecia mesmo, mas depois vi que um site a tinha escolhido como uma das mais emblemáticas para si. Fiquei curioso, mas a vontade de procurar a dita ainda não era muita, só que depois de ler alguns comentários aqui no blog, nomeadamente do Verbal, decidi que era melhor aproveitar o balanço e lá fui eu. Fiz algum pesquisa por sites conhecidos, outros nem tanto e fiquei a saber que "The Kid Who Collects Spider-Man" figurava em alguns tops das 10 melhores estórias do Aranha, da Wizard Magazine nomeadamente. 
Infelizmente tive de recorrer a meios que não se pode dizer que sejam muito legais para ler este clássico, mas ao que sei não há nenhum compilação disponível no mercado que o contenha. Neste caso, pode-se dizer que sou apologista destes meios mais tecnológicos (ainda que ilícitos) para poder conhecer um comic que porventura me poderia agradar e levar a comprar um livro que o contivesse no futuro. E o que é facto é que muitas estórias caíram no limbo do esquecimento o que leva a que a internet seja a única maneira de as conhecer. Já agora, quem estiver interessado em ler isto pode sempre pedir-me.
Roger Stern é quem escreve e revela que o seu objectivo era prestar uma pequena homenagem a Will Eisner, criando uma estória que apelasse à emoção humana que o Mestre tão bem transpunha para o papel. Ron Frenz é quem desenha este conto de 11 páginas que foi originalmente publicado em The Amazing Spider-Man #248, que não pretendia ser nada mais que um filler, já que o evento principal deste número era uma batalha contra o Thunderball, mas os papéis inverteram-se.
A estória centra-se num rapaz de nome Tim Hammond, que foi alvo de uma entrevista por parte do Clarim Diário por ser um acérrimo coleccionador de tudo o que envolvesse o Cabeça de Teia, desde artigos de jornal, revistas, fotos e até um filme perdido que já ninguém se lembrava. Quem leu a entrevista foi o sempre atento Peter Parker e já que a mesma fazia um apelo para que o mesmo visitasse o rapaz,  Peter lá fez questão de se deslocar aos seus aposentos. No início, começamos por relembrar os primeiros momentos da vida do Aranha, desde a origem dos seus poderes até à trágica morte dos seu tio, o que torna este momento tão surpreendente devido à cumplicidade que se cria naquele quarto. Quase toda a vida do Teias é dissecada com um miúdo que ele apenas tinha visto nas notícias, mas que provavelmente já sabia mais coisas sobre ele do que o nosso herói se conseguia lembrar. Até aqui pode-se dizer que nada demais aconteceu, o que é verdade, até que Peter Parker acede ao pedido de Tim e tira a sua máscara, revelando a sua identidade secreta a um miúdo que finalmente se apercebera que todas as fotos que coleccionava eram da autoria do seu herói de infância. Esta revelação de identidade tem a sua explicação, já que na página final somos confrontados com uma informação vital que resulta que nem um murro no estômago - Tim está a morrer de leucemia e tem escassas semanas de vida. E aqui é que surge a arte como parte importante na Banda Desenhada - a página final, com o Homem-Aranha a tirar a sua máscara em cima de um muro com uma placa a informar que o quarto onde estávamos era de um hospital para doentes em fase terminal, é divinal e deixa-nos sem palavras.
O twist não transforma esta estória num clássico eterno dos comics americanos, mas o que é facto é que em apenas onze páginas, com 10 delas a contar algo divertido, calmo e alegre, somos atingidos com algo tão emocionante e tocante na última página que nem dá para descrever. Certamente um conto que só deve ser apreciado na sua totalidade pelos fãs mais atentos do Aranha e que apreciem toda a mística da personagem.
À conta disto tudo, lá descobri aquele tal top das 10 melhores estórias do Spidey e fiquei curioso em descobrir algumas delas para poder dar seguimento a uma corrente de posts sobre estes clássicos soltos. Fiquem ligados!

30 agosto 2009

Sacanas Sem Lei

"You know somethin', Utivich? I think this might just be my masterpiece."
Estas palavras foram imortalizadas pelo Tenente Aldo Raine, mas a mim quer-me parecer que Quentin Tarantino talvez se reveja nesta linha.
Inglourious Basterds, como no original, é um filme difícil descrever. Enquanto somos levados numa trama intensa sobre uma guerra já mais que conhecida por nós, acompanhada por violência e humor nas horas certas, vislumbramos também cenários quentes e tensos à moda de um bom velho western spaghetti que é, aliás, uma descrição próxima daquela que QT faz do seu filme ("...spaghetti western, but with World War II iconography."). O resultado foi estonteante, ponto final, começando logo pelo brilhante primeiro capítulo que soube jogar com a expectativa em torno do filme. Parecia que nunca mais veríamos um fim ao mesmo de tão longo que ele era,  já que Christoph Waltz, na pele do soberbo, mas cínicio nazi Hans Landa, tomou conta da acção sem nunca ter sacado do revólver por ele próprio, usando apenas as suas fluídas palavras numas 3 línguas diferentes. Sensacional! Logo a partir destes minutos iniciais ficámos a saber que estava ali um grande actor, apesar da fama não jogar muito a seu favor. Ao que parece, as séries de televisão eram mais a sua onda e o cinema nunca foi a sua ocupação principal, mas tenho a impressão que a partir de agora convites não faltarão. A sério, o homem é mesmo bom actor.
Sacanas Sem Lei é pura ficção. Ao início não parece, apesar do ar cómico que é mostrado quando, na verdade, se pretende contar uma estória sobre nazis. Apesar do humor evidente, Tarantino consegue lançar elementos cómicos inesperados quando a trama se encontra em pontos intensos. É aí que reside a arte deste realizador. Já em Kill Bill se notavam técnicas deste género que faziam lembrar claramente filmes dos anos dourados (grande inspiração do QT), tal como bandas sonoras claramente influenciadas pelas longas-metragens de cowboys. Os Sacanas são um grupo de americanos judeus que têm tanto prazer em matar um nazi como um nazi tem em exterminar um judeu (podemos dizer que a maior inspiração deste grupo são os nazis, por mais irónico que seja), fazendo inclusivamente uma marca na testa daqueles que tiverem a sorte de sobreviver, à semelhança dos números que eram "gravados" nos braços dos judeus que iam parar aos campos de concentração. Brad Pitt a.k.a. Tenente Aldo Raine, é o seu líder e adora cortar os escalpes dos nazis, não fosse o seu nome de guerra "Aldo The Apache", uma referência ao que os índios faziam aos seus piores inimigos. Destruir o Terceiro Reich é o objectivo principal. À medida que se vão recrutando mais aliados judeus sedentos de sangue, a conspiração vai ganhando corpo. Entretanto, por mero acaso, uma outra conspiração é posta em marcha. Uma antiga vítima d' "O Caçador de Judeus" a.k.a. Hans Landa é a mente por detrás deste plano, que tem um desfecho tremendamente poético, uma das melhores cenas do filme em que, enquanto o seu cinema está em chamas (lembrando, aos mais atentos, o "Cinema Paraíso"), Shosanna Dreyfus (Mélanie Laurent) projecta o seu riso bárbaro no fumo do fogo que trás a morte aos alemães que tentam desesperadamente fugir, sem sucesso algum! Fenomenal!
Não queria arriscar muito e dizer que este filme é uma obra-prima, mas que está muito perto disso é verdade. Um bom filme pretende ser uma mescla de emoções, humor, ódio, tragédia, felicidade, drama e outras coisas mais. E o sacana do filme tem isto tudo. Além de que finalmente vejo um filme de nazis em que não sei qual vai ser o fim, já que isto de nos basearmos em factos históricos tem o seu quê de inconveniente cinema. Cuidado que este já se candidatou aos Óscares...

28 agosto 2009

Panini Round-Up @ AGOSTO '09

Os lançamentos deste mês de Agosto são marcados pela estreia de várias séries de sucesso nos E.U.A. Se por um lado temos o começo de Complexo de Messia no título X-Men e de Incredible Herc em Universo Marvel, são de assinalar o regresso da Grant Morrison a Batman e a estreia do famoso arco do Superman e a Legião dos Super-Heróis, de Geoff Johns.
UNIVERSO MARVEL #42

Greg Pak fez uma jogada um tanto ou quanto arriscada - Bruce Banner, após ser derrotado em World War Hulk, deixa de ser o protagonista desta série deixando os holofotes para o semi-deus Hercules. Por esta altura, o Hulk deixava de ter uma série própria (excluindo aquela "obra-prima" que é o Red Hulk). Posso dizer que para primeiro capítulo das aventuras a solo do Herc, a coisa nem está má. O mote é a fuga deste juntamente com o 7º homem mais inteligente do planeta, Amadeus Cho, que após serem capturados pela S.H.I.E.L.D. conseguem escapar-se. Ares, irmão de Hercules e integrantes dos Mighty Avengers, põe-se por sua vez no encalço dos dois. Uma série com potencial que ainda vai dar os seus frutos. Quanto ao Quarteto Fantástico, aquilo até me está a surpreender pela positiva. A estória não é nada do outro mundo, mas parece divertida e sem grandes complicações. Já o Motoqueiro Fantasma... nem me digno a ler tamanha atrocidade. Já tinha tentado na edição passada, mas foi um suplício. A necessitar de um substituto urgente. 
Thunderbolts mantém a boa qualidade sem destoar muito. É uma série sólida, não fosse a cabeça de Warren Ellis a pensá-la, com bons momentos rendidos pelas interessantes personagens que participam.
SUPERMAN #74

Este é provavelmente o melhor lançamento deste mês, pelos menos entre aqueles que eu compro. A revista arranca em grande estilo com o bem-sucedido arco de Superman e a Legião dos Super-Heróis, de Geoff Johns e Gary Frank, que vinha com grade expectativas à sua volta. Eu por acaso já tinha lido um pouco desta estória (se bem que não foi em papel) e estava a gostar bastante, mas depois acabei por perder o fio à meada. O facto de sermos afastado do presente para uma era futura ajuda a que o ambiente fique mais misterioso para o leitor, já que uma nova realidade é completamente criada e pouco se sabe sobre ela. Sem dúvida uma estória a ler!
Por outro lado, temos uma série que eu considero ser no mínimo indecifrável. Ainda não percebi que raio que se está a tentar contar em Supergirl e fico com a ideia que nem o próprio argumentista o sabe. No mês passado, o mesmo nem esforçou em fazer um storyboard decente para o seu desenhador, que já de si não tem nem um desenho nem um storytelling decentes. A evitar esta parte da revista. Já no fim, temos Superman Confidential, uma série dedicada a contar como foram os verdes anos do Azulão. É uma estória divertida q.b. e não vai muito além disso, portanto não esperem que saia dali um clássico.

NOVOS VINGADORES #60

A série New Avengers foi deixada de lado para dar lugar ao Annual da mesma. O resultado - várias páginas que não deram em quase nada. Se o título principal já estava a cair um pouco nas malhas da secura, com este comic veio a confirmação que há algo que não está bem. O Bendis parece que só precisa de 5 coisas em cada cena que escreve: porrada - tiros - piada do Aranha - porrada - piada do Aranha. Metam a S.H.I.E.L.D. à mistura, mais aquela armada de vilões que eu ainda não percebi como é que não venceram os Vingadores e vão ver como vocês próprios já podem escrever um comic desta equipa. Safaram-se os desenhos de Carlos Pagulayan. Felizmente, vem aí um número dedicado à Jessica Jones que é provavelmente a melhor coisa que o careca escreveu nestes últimos tempos. Ainda houve espaço para colocar um inesperado, mas divertidíssimo comic da autoria de Dwayne McDuffie e Avon Oeming. É um encontro fora de cronologia entre os Vingadores clássicos que conta com a participação do Homem de Ferro, Thor, Hulk, Vespa e Homem-Formiga. Sinceramente, não estava à espera que o Dwayne escreve uma cena tão fixe pois nunca tinha lido nada dele que me alegrasse particularmente.
A Miss Marvel continua uma seca. Não percebo como é que ele alguém pode publicar uma coisa tão horrorosa quando há por aí, de certeza, coisas bem melhores para incluir nestes mixes. O que me irrita mais é que o Brian Reed rouba descaradamente os intervenientes do Planet Hulk, ou então são só primos.
A revista acaba com a conclusão do arco A Morte do Sonho, com o Winter Soldier (só para não dizer Soldado Invernal...) a aliar-se finalmente ao Homem de Ferro com o objectivo de substituir Steve Rogers no manto do Capitão América. A estória não foi nada de mais, mas o Brubaker nunca desilude e faz aqui o prólogo para um arco que promete bastante.

BATMAN #74

E assim começa mais um capítulo da mega-saga idealizada por Grant Morrison e companhia. Depois de trazer o filho de Bruce Wayne à baila, Damian, é agora a vez de Ra's Al Ghul regressar do túmulo para dar mais dores de cabeça ao Morcego. Desta feita, todos os comics que estejam directamente relacionados com o Batman, como Robin, Nightwing, Detective Comics e, é claro, a série com o nome do herói, participam na ressurreição do vilão, cada um à sua maneira e com os seus próprios intervenientes. E como é claro, cada um com qualidade distintas. Mas uma coisa tem todos em comum - o desenho de qualquer um é um lixo! Digo já que nunca li uma revista que tivesse 4 desenhadores tão fracos como estes e rezo todos os dias para que o título principal do Cavaleiro das Trevas tenha um desenhador competente e não um traste (que é que o que este desenhador é) tão mau como o Tony S. Daniel. Simplesmente intragável.
Quanto à estória em si, a coisa dá-se enquanto o Morrison escreve, mas a partir do momento em que saltamos para os outros títulos, o negócio começa a piorar, ainda para mais quando um senhor chamado Fabian Nicieza entra em cena. A acção passa a centrar-se no Robin e no Nightwing e ficamos um pouco afastados da trama principal, com uma espécie de filler a ser executado até chegarmos, por fim, aos aposentos do bebedor das Águas Lázaro, onde termina esta primeira etapa.
Este número é divertido pois todo ele foca uma única e mesma estória, o que prende um pouco à atenção. Espero que o próximo seja assim, mas com uma ligeira melhoria a nível de argumento, principalmente nos diálogos que só davam vontade de partir a casa à cabeçada, já para não falar dos desenhos.

X-MEN # 85

Lá em cima tinha dito que Superman era talvez a melhor série deste mês, mas a verdade é que este número dos pupilos de Xavier não lhe fica nada atrás, sendo uma grande surpresa para mim, já que esperava que seria a pior coisa que ia ler este mês. Pelos vistos enganei-me, Complexo de Messias começa em grande estilo e a estória cativa como já se não via há algum tempo numa estória dos X-Men (salvo seja New X-Men e AXM). O responsável não podia ser outro que não Ed Brubaker, esse grande argumentista, só ainda não consegui descortinar quem afinal foram os outros três escritores que participaram neste número já que a Panini se recusou a mencioná-los! Parece que só o Ed é que ficou com os créditos.
Adiante, parece que a procura pela última criança mutante no planeta intensifica-se com três grupos a tentarem encontrá-la - os X-Men, os Purificadores e os Carrascos. A coisa ficou feia quando o segundo grupo chacinou uma população local inteira na busca pela dita cuja, mas a verdade é que a "rede" apanhou tudo menos aquilo que devia. Além disso, achei curioso um pormenor em que o Professor Xavier é cada vez mais deixado de lado e o Scott assume a posição de líder incontestável, com o velho careca a nem poder dizer aquilo que pensa das missões secretas dos seus estudantes. Mas ainda, ele não deixa de meter um dedo onde não deve...
X-Factor também ganha espaço neste mix, sendo um dos melhores capítulos deste evento Mutante. Por outro lado, o título New X-Men não foi grande coisa, mas não decepcionou como outras coisa horríveis que li este mês e foi por isso que gostei deste número 80 dos X-Men. Manteve-se constante e a estória não oscilou muito em termos de qualidade. O próximo mês promete!

27 agosto 2009

Os 10 Painéis mais Icónicos da Marvel de sempre

O CBR pôs em marcha, recentemente, uma votação centrada nos painéis (ou vinhetas, como preferirem) mais icónicos da Casa das Ideias desde que a editora começou a lançar comics. O colunista Brian Cronin iniciou um post onde inclui 70 painéis dos quais os leitores apenas podem escolher 10 e é precisamente isso que vou fazer aqui, escolher aquelas que são para mim as cenas que mais me tocaram, tendo em conta que não li tudo o que está referido no site. Comentem quais são os vossos 10 preferidos ou então façam vocês mesmo um post deste género.
PAINEL #10
O casamento de Reed Richards e Sue Storm. Não podia haver nada mais clássico neste universo do que esta união que ocorreu em Fantatsic Four Annual  #3, num matrimónio que contou com a presença de várias caras conhecidas, mas que passou por momentos muito atribulados. A ler!
Painel #9
A luta dos X-Men contra o Clube do Inferno tornou-se rapidamente num must das leituras dos mutantes. Esta estória nunca a cheguei a ler, mas tive contacto com este painel quando li um volume de Astonishing X-Men (de Joss Whedon e John Cassaday) em que Kitty Pride aparece nesta exacta posição. Mais tarde reparei que era uma referência a esta bela vinheta de um Wolverine furioso em busca de sangue!
PAINEL #8
Outro painel que também foi mostrado por Joss Whedon em Astonishing X-Men. Aqui, Kity Pride já estava tão farta das filosofias de Xavier que entrou pela mansão dos X-Men adentro como uma ira incontrolável.
PAINEL #7
Este é recente, mas ainda assim consegue entrar para a galeria dos mais marcantes. À custa deste deslize da Feiticeira Escarlate, os mutantes foram reduzidos a escassas centenas o que abriu precedentes inimagináveis. Os mutantes passaram a ser ainda mais caçados e a busca por novos seres desta espécie passou a ser o pão nosso de cada dia. O problema é que já não havia muito por onde procurar...
PAINEL #6
Um dos maiores clássicos da Marvel, não fosse o seu nome Marvels e não estivesse nele envolvido o génio artístico de Alex Ross. A estória pode parecer um mero revisitar de acontecimentos históricos da editora, onde Kurt Busiek se foca na visão de um respeitado fotógrafo freelancer, que alcançou a fama a fotografar os tais momento históricos que ocorreram no Universo Marvel, mas é muito mais que isso. A arte de Ross ajuda bastante a que possamos imaginar como seria se tudo isto ocorresse no mundo real e o resultado foi fantástico. Se não leram, deviam!
PAINEL #5
Aqui está a morte que, para mim, foi a melhor executada nos últimos anos da Marvel. Ed Brubaker criou uma storyline fantástica desde que começou a contar o também ele impressionante regresso de Bucky Barnes, o Winter Soldier. Tudo isso culminou no assassinato de Steve Rogers que não soou nem inoportuno nem ridículo, mas sim uma consequência do que o Ed andava a congeminar. Ainda hoje estamos à espera que Steve Rogers regresse dos mortos (com pouca ansiedade, diga-se), o que já está a acontecer numa recente mini-série.
PAINEL #4
Nunca encontrei esta vinheta em nenhuma das minhas leituras, mas já a conhecia há bastante tempo e desde sempre tive um carinho especial por ela devido à grande carga emocional. Acho que não há muito a dizer, a imagem fala por si.
PAINEL #3
Quando Peter Parker decidiu finalmente abandonar o seu uniforme devido aos conflitos que a sua identidade secreta e vida pessoal tinham, ninguém sabia que rumo é que Stan Lee iria dar à personagem. Os confrontos com o Green Goblin e os problemas com o seu amigo Harry Osborne estavam a deixar o Aranha à beira de um colapso, o que levou a esta tentativa (falhada) de abandonar a luta contra o crime.
PAINEL #2
Na votação aparecem estes dois painéis que pertencem exactamente à mesma estória, God Loves Man Kills, de Chris Claremont, provavelmente a melhor já escrita na série X-Men. Acho que tanto um quadro como outro espelham bem aquilo que se pretendia mostrar - um mundo cheio de preconceitos onde nem aqueles que se esforçam para o melhorar são ainda  mais odiados pela sociedade. Li esta obra há cerca de um ano e aquilo que mais me tocou foi um discurso final de uma personagem, da qual já não me lembro, que deu uma verdadeira lição sobre a igualdade na raça humana. Sensacional! Uma leitura também ela não só aconselhada como obrigatória!

PAINEL #1
Pode não ser a melhor estória que já li na Marvel. Pode não ser um supra-sumo dos argumentos nos comics. Mas é sem dúvida um clássico que deu uma identidade mais humana aos comics, que até então pouco jogavam com os sentimentos das personagens, à semelhança de uma novela, já que este Amazing Spider-Man era sem dúvida uma foto-novela. Peter Parker era talvez a personagem mais infeliz que podia haver nos comics, depois da morte do seu Tio Ben, das desavenças com o seu melhor amigo e com inimigos novos que surgiam todos os dias. Quando finalmente encontrou o amor da sua vida, Gwen Stacy, parecia que já nada de mau podia acontecer e os seus problemas já não eram assim tão preocupantes com uma mulher daquelas ao seu seu lado. Mas se há coisa que é certa, é que a felicidade não é eterna e o mesmo se começou a verificar na vida de Peter. Norman Osborn, na pele de Green Goblin, assassinou barbaramente a mítica Gwen Stacy, numa sequência histórica que ainda hoje atormenta a vida do Escalador de Paredes. Não só aquele >Snap< me ficou na memória, como também aquele trágico choro nas páginas finais desta BD. Priceless!

24 agosto 2009

Joker HC

Volvido aquele estrondoso hype que nunca fez bem a ninguém, decidi finalmente ler esta obra que foi muito elogiada pela crítica e acarinhada pelos fãs, mas que infelizmente não me impressionou tanto quanto esperava.
Brian Azzarello esforçou-se ao máximo para tentar fazer história com esta obra. O que aconteceu não foi apenas a transformação de uma publicação qualquer num clássico, após algumas leituras atentas por parte dos fãs. Esta Graphic Novel já vinha apelidada de "uma das maiores estórias do Joker" mesmo antes de ser lançada e a DC fez-nos crer que dali ia sair a coisa mais magnífica da década, que até ameaçava deixar a Piada Mortal na cova. É claro que a partir daqui antevia-se ou uma estória brutal como nunca tínhamos sonhado ou então era flop na certa. Eu divido-me um pouco por essas duas opções. A estória em si pretende ser mais do que aquilo que é e chega a cair nunca clichê que nunca antes tínhamos visto (eu sei que é uma frase um pouco confusa, mas tem algum sentido). Aliás, a trama nem é nada por aí além - o Joker escapa-se misteriosamente da Arkham e a partir daí começa tentar reaver a sua posição em Gotham City, arrasando por completo aqueles que lhe queriam roubar a fama. Para piorar a situação, a estória é narrada por uma personagem que pouco de interessante tem, o que nos afasta dos pensamentos mais loucos do Joker levando-nos uma análise exterior do mesmo que pouco o nada acrescenta ao negócio.
No entanto, há pormenores que são muito bem 'esgalhados' pelo argumentista e a coisa até que ganha ali um certo clima de tensão pois nunca sabemos qual vai ser a próxima asneira que o louco vai cometer. Infelizmente, estas insanidades não são nada de novo e o que vi aqui foi um pouco de reciclagem de boas coisas que já se tinham feito com a personagem, só que agora com um brilho novo e com um ambiente mais refinado e sombrio. Os diálogos são bem escritos, mas soa tudo demasiado perfeito, demasiado forçado e não há ali uma fluidez que por exemplo se nota na obra de Alan Moore e Brian Bolland e é precisamente aí que quero chegar.
Joker aspirava ser melhor que Piada Mortal. Mas apenas se tornou num remake tosco de Verão. Aliás, só no fim é que se tem a confirmação de que há ali claramente uma referência descarada à última cena do clássico do Mestre, quando o Batman aparece por fim para se confrontar com o Joker e tudo acaba com um sonante "Vai sempre haver um Batman e um Joker", ou uma frase com esse efeito que, tal como na Piada, se refere à eterna questão da existência deste dois inimigos quando já se podiam ter matado um ao outro há tempos atrás. Ah, não me posso esquecer do detalhe mais curioso desta obra, é que o Joker que vemos aqui representado não é o clássico dos comics que estamos habituados a ver, mas sim uma também ela semi-cópia do Joker de Heath Ledger. Tributo ou cópia? Eis a questão.
Ainda assim, é de referir o belissímo desenho de Lee Bermejo, do qual eu já era fã há algum tempo. Os contrastes que faz neste livro entre uma arte super-realista e algo mais soft são esplêndidos e não há nenhuma falha que lhe possa apontar.
Para muitos, Joker já merece um lugar entre os clássicos do Cavaleiro das Trevas, mas para mim não há nada de mais por ali - só páginas bonitas com uma escrita intrigante.

Argumento: Brain Azzarello
Desenho: Lee Bermejo
DC Comics
Nota: 6.5/10

22 agosto 2009

Aetheric Mechanics

Foi este o primeiro livro, de somente 48 páginas, que li nestas férias e o que é facto é que não muito se pode dizer dele. Criar um universo e dar-lhe um fim em tão poucas páginas dá pouca margem para desenvolvimentos e nem mesmo Warren Ellis é capaz de fazer uma execução perfeita. A trama desenvolve-se em Março de 1907, ambientada num mundo onde a tecnologia steampunk alcançou avanços colossais. Além disso, vive-se um período de guerra histórico entre a Grã-Bretanha e a Ruritania (país fictício situado na Europa Central). Entretanto, Dr. Robert Watcham regressa ao seu país natal depois de cumprir serviço na guerra, indo ao encontro do detective mais famoso de Londres (e seu grande amigo), Sax Raker. Acontece que uma caso digno dos ficheiros secretos anda aterrorizar a população daquela cidade e é então que Sax é chamado para cumprir o seu dever - um estranho ser invisível anda a matar/ capturar vários engenheiros que se especializam numa matéria muito específica que todos têm em comum, a aetheric mechanics. A partir daqui, inicia-se uma busca por esse sujeito onde até se junta à festa uma velha companheira de Sax, hoje a sua rival número 1.

Confesso que demorei um pouco até perceber se haveria alguma mensagem por detrás destas páginas, mas ainda fiquei mais no escuro. O final é um pouco surpreendente, do género "nada do que aconteceu aqui é real", mas os desenvolvimentos neste livro são tão poucos que fazem com que o final tenha pouco impacto, além de que a afinidade com as personagens é tão pouca que nem sequer sentimos a mágoa das mesmas ao descobrirem a negra verdade sobre as suas vidas. Quero assim dizer que 48 páginas é muito pouco para aquilo que Aetheric Mechanics pretende ser. Warren Ellis criou algo tão complexo que dá pena que seja resolvido em tão poucas páginas, o que não ajuda nada a meu ver
Quanto ao desenho, está mais que aprovado. Gostava de ver este Gianluca Pagliarani em outras produções, talvez numa Vertigo ou algo mais alternativo. Raramente vemos uma desenho tão detalhado como o deste senhor, que até faz lembrar um quê de Geoff Darrow.

Argumento: Warren Ellis
Desenho: Gianluca Pagliarini
Avatar Press
Nota: 6/10

19 agosto 2009

E eis que Straczinscy dá a facada final...

Ahaha, fartei-me de rir com esta notícia. Como todos sabem, o Strac tem abandonado progressivamente alguns dos títulos da Marvel em que estava envolvido, deixando assim a maioria do seu tempo para a DC Comics, participando em séries como The Brave and The Bold. A grande expectativa em torno da aquisição desta editora era se o argumentista seria escolhido para um título de maior craveira e o que é facto é que a profecia se cumpriu de forma um pouco inusitada.
Straczinscy irá encarregar-se de "ressuscitar" uma antiga personagem dos anos de ouro dos comics chamado... The Web! O nome pode soar um pouco estranho para muitos que ainda não tenham ouvido falar dele, mas desde há uns meses que se falava desta série e o que dá mais nas vistas são as óbvias parecenças com um certo amigo da vizinhança... Ora vejam só as primeiras imagens da série. Os desenhos serão Roger Robinson.
Depois de lixarem completamente este grande argumentista na série do Spidey, voltamos a ter a hipótese de ler boas estórias com com um escalador de paredes. Só espero é que o Didio não deite tudo a perder e não venha cá com histórias.

18 agosto 2009

Nova Equipa em Thor

A Marvel anunciou nas solicitações de Novembro o lançamento do novo arco do Thor, já com uma nova equipa criativa. Isto quer dizer que Straczynski e Coipel encontram-se de saída do título o que, aliás, já vinha sendo anunciado há uns meses. 
Este "crime", o de deixar Strac e Coipel abandonarem prematuramente a, talvez, melhor série da Marvel, deve-se à relutância do argumentista em escrever estórias inseridas na cronologia actual da Marvel, ou seja, ignorando alguns recentes eventos da editora como Civil War e Secret Invasion (a lei do registo teve uma pequena referência, ainda assim). O mentor de Babylon 5 sempre se esforçou para que o reboot de Thor fosse o mais bem sucedido possível e para tal era óbvio que alguns detalhes ridículos do Universo Marvel teriam de ser deixados para trás, mas parece que o Quesada não está nem aí. Conclui-se assim que Strac é mais um caso de "maus-tratos" na Casa das Ideias, não só por este atentado, mas também por casos recentes como Homem- Aranha: One More Day e o Esquadrão Supremo.
Ora bem, a nova dupla irá estrear-se em Thor #604 e trata-se de um perfeito desconhecido e de uma recente aposta da Marvel em títulos conhecidos. São eles Kieron Gillen (New Universl: 1959, Dark Reign: Ares e Phonogram) e Billy Tan (New Avengers).
Confesso que esperava nomes mais sonantes, mas substituir uma dupla de sonho não é tarefa de sonho. É pena haver pouca flexibilidade naquela editora, mas se à custa disso são campeões de venda é uma política que só lhes favorece.

17 agosto 2009

E já lá vão 4...

É verdade. Parecendo que não, este blog respira há já 4 anos, uma marca da qual me orgulho bastante. Uns anos foram marcados por poucos posts, noutros a actividade foi maior, mas o essencial foi nunca ter abandonado por completo a Área Negativa. Como sempre, deixo aqui agradecimentos aos visitantes e comentadores e aos vários amigos de outros blogs que tenho feito por aqui. Obrigado a  todos!

01 agosto 2009

De Férias...

Pois é pessoal, seguem-se agora duas semanas de férias fora da metrópole que me viu nascer, o que significa que não vou postar nos próximos 15 dias. Desejo a todos umas boas férias e  que levem com muito sol na face e restante corpo.