25 dezembro 2010

Hellboy - Library Edition Vol. 1

A obra de referência de Mike Mignola
Hellboy conseguiu definir o seu espaço na vasta Banda Desenhada norte-americana há já mais de uma década, coisa com que as mais recentes séries de autor apenas podem sonhar. Este foi e é um feito de louvar pois assentar uma personagem num mercado competitivo como este, dominado pelos heróis comuns e pelos valores do passado, é algo que requer o seu esforço, dedicação e determinação. Mike Mignola reuniu isto tudo e com um pouco de sorte conseguiu singrar no mercado. É claro que os anos 90 foram propícios a este boom por parte da editora Dark Horse, visto que foi nesta década que se viveu uma grande disparidade em termos de popularidade dos comics. Ora vejamos.
Foi nos fins da década de 80 e inícios da década de 90 que começou um período algo negro do mainstream norte-americano. Se por um lado fomos presenteados com o aparecimento de Alan Moore (Watchmen) e Frank Miller (Batman: The Dark Knight Returns), por outro assistiu-se ao nascimento das famigeradas mega-sagas (o passatempo favorito de Joe Quesada), cujo desenvolvimento só era possível caso todas as personagens de um universo nela participassem. A DC foi a primeira a ter esta ideia de juntar dezenas de heróis numa só estória, mas foi a Marvel que se adiantou e publicou pela primeira vez este formato (Secret Wars). Já aqui se faziam sentir as rivalidades entre as duas mais editoras de comics, tal como já se notava uma certa ingenuidade dos editores da DC Comics que não conseguiram manter o sigilo adequado para que não houvesse uma desconfortável fuga de informação. Talvez não tenham aguentado ficar com a ideia para eles próprios. Era preciso gritar aos ouvidos do mundo.

07 novembro 2010

Uma Palavra Sobre Scott Pilgrim em Português

Abri o post só para deixar aqui a minha satisfação em relação à tradução de Scott Pilgrim para português, isto através da atenta Booksmile que aproveitou bastante bem a estreia da adaptação cinematográfica desta série. Confesso que nunca tinha ouvido falar desta editora, mas a partir do momento em que se arrisca a entrar neste mercado que tão maus dias tem visto, sou obrigado a louvar esse esforço e a felicitar as pessoas envolvidas por tomarem esta iniciativa. Ficam aqui os meus sinceros parabéns pelas duas edições publicadas que dão 10-0 à qualidade da versão original. E digo isto porque já tive a oportunidade de folhear a comprar as ditas BD's que já se encontram à venda um pouco por esse Portugal fora.

Os volumes 1 e 2, Na Boa Vida e Contra o Mundo, respectivamente, marcam então a estreia da publicação de Banda Desenhada norte-americana  por parte da Booksmile, com tiragens de 5.000 exemplares cada. Ao todo serão 6 volumes com data de lançamento ainda desconhecida.



Fica aqui a sinopse cedida pelo site oficial da editora:
A vida de Scott Pilgrim é tão incrível. Tem 23 anos, faz parte de umabanda de rock, está «entre empregos» e namora com uma miúda gira da escola secundária.
Tudo é fantástico até uma estafeta sobre patins seriamente espantosa e perigosamente na moda chamada Ramona Flowers começar a passear‑se pelos seus sonhos e a cruzar‑se com ele em festas. Mas o caminho que conduz até à Sra. Flowers não está coberto de pétalas de rosa.
Os sete ex‑namorados maléficos de Ramona erguem‑se entre Scott e a felicidade. Conseguirá Scott derrotar os vilões e ficar com a rapariga sem ter de dizer adeus à sua boa vida?
Preço: 8,49 €

31 outubro 2010

Pax Romana

Argumento e Arte: Jonathan Hickman
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"Pax Romana, expressão latina para "paz romana", foi o longo período de relativa paz gerada pelas armas e pelo autoritarismo, experimentado pelo Império Romano. Iniciou-se quando Augusto César, em 29 a.C., declarou o fim das guerras civis e durou até o ano da morte de Marco Aurélio, em 180."

Jonathan Hickman é um daqueles autores que chegam ao mundo da banda desenhada de pára-quedas e logo conseguem deixar a sua marca, simplesmente por introduzirem novas variáveis a uma equação que já se julgava resolvida. Quando pensamos que já não há forma qualquer de inovar neste meio que se mostra saturado ano após anos, eis que chegam sempre um ou dois salvadores que prometem limpar a casa e decorá-la de outra forma. Se no século passado tivemos Alan Moore, actualmente podemos dizer que temos o privilégio de viver na mesma época que o autor deste Pax Romana. Mas Hickman não é Moore, nem de perto nem de longe. Julgo até que as comparações que se fazem constantemente entre estes dois autores são forçadas. Do meu ponto de vista, têm apenas um ponto comum, o de terem apresentado abordagens diferentes nas suas obras que definitivamente foram e serão utilizadas como inspiração para as gerações futuras. Nestes termos, a comparação é possível, mas Moore e o seu fluxo de ideias único e condensado magistralmente numa estória construída com pés e cabeças é quase incomparável, ou até impossível de alcançar. Mas Hickman também terá o seu mérito. É talvez o argumentista mais original da década.

23 outubro 2010

O Triunfo da Pirataria = Contributo nas Vendas?

Underground, de Jeff Parker e Steve Lieber
O combate à pirataria no mundo da Banda Desenhada tem sido uma das maiores preocupações da indústria nos últimos anos, dado que o boom massivo da Internet facilitou a livre troca e partilha de ficheiros com direitos de autor. A música também tem sido vítima deste tormento e não há dia que passe sem haver queixas de um qualquer músico famoso que chora por não ter mais um 0 a juntar-se à sua conta bancária (ao mesmo tempo que se enchem de dinheiro a dar concertos pelo mundo inteiro). Apesar da guerra dos downloads não prejudicar significativamente os mais afortunados, o caso muda de figura quando são os menos bafejados pela sorte a sofrer com este caso. Há autores de BD e músicos que dependem de cada página e cada minuto de arte que produzem para pagar as suas contas. É o trabalho que fazem e como tal não têm outro modo de ganhar a vida. Deve ter sido assim que o desenhador Steve Lieber, autor da graphic novel Undergound em conjunto com Jeff Parker, se sentiu ao ver a sua obra disponível no site 4Chan.

10 outubro 2010

Algumas Novidades NYCC'10


A New York Comic Con chegou e com ela vieram uma data de novidades das editoras norte-americanas. Enquanto alguns tiveram a magnífica sorte de ir lá dar um saltinho, outros como eu ficaram a acompanhar as centenas de updates que são feitos a cada minuto que passa nesta convenção através dos sites da especialidade. Este ano, como não poderia deixar de ser, temos direito a uma notícia quase bombástica (à semelhança do ano passado) e ficámos também a conhecer novos projectos como já é hábito.


07 outubro 2010

Vem Aí Superior, Por Mark Millar e Leinil Yu!

Superior #1 - One Magic Wish
Finalmente, a tão badalada nova criação da mente incansável de Mark Millar irá ver a luz do dia após meses de tensão crescente. Com desenhos de Leinil Francis Yu, a série conta a estória de Ollie Janson, um rapaz que tinha o mundo a seus pés até perder a mobilidade das suas pernas, o que resultou num diagnóstico chocante - esclerose múltipla. É então que Ollie se refugia num mundo de fantasia, tentando arranjar a motivação necessária para viver cada um dos seus dias e é aí que conhece Superior, um super-herói dos anos 40 que, após anos de refúgio, volta a ter agora um franchise no cinema que o catapulta para as luzes da ribalta. A partir daqui, algo muda na vida daquele rapaz - é lhe concedido um único desejo vindo dos céus, o de se tornar Superior, o herói que dia-a-dia lhe tem dado a força necessária para continuar a respirar. É este o ponto de partida de One Magic Wish, o primeiro capítulo desta série que irá sair já no dia 13 de Outubro.

06 outubro 2010

Batman: Europa, A Nova Aposta de Brian Azzarello

Brian Azzarello, em co-produção com Matteo Casali, prepara-se para lançar um novo trabalho com o Batman como personagem principal, isto depois do mal-amado Joker se ter focado apenas no palhaço mais carismático dos comics. Ao que parece, a DC Comics não se cansa dos inúmeros títulos que dispõem do Cavaleiro das Trevas e viu-se na necessidade criar mais um, só porque nas outras não há espaço para contar esta nova estória. 
Em Batman: Europa, uma mini-série de quatro números que vai contar com quatro desenhadores diferentes, Batman encontra-se infectado por um vírus letal cuja origem é desconhecida. Inicia-se então uma busca pela misteriosa cura através da Europa, numa aventura em que Batman ter-se-á de aliar ao seu maior inimigo, o próprio Joker!

Pronto, já passámos o parágrafo dos clichés. Puff, onde é que eu já viste isto antes? Isto é pior que as repetições do House que a Fox passa todas as tardes. É incrível como as editoras vendem os produtos hoje em dia, utilizando sempre as mesmas sinopses mal paridas que insistem em desanimar um possível comprador. Será que há um repositório de sinopses divididas por categorias? Para esta estória devem ter visitado a secção das sinopses-que-envolvem-um-team-up-entre-um-herói-e-um-vilão-que-precisam-de-se-ajudar-mutuamente-para-atingirem-um-fim-conveniente-para-os-dois. Depois do que vi em Superman: For Tomorrow, certamente não era isto figurava entre os meus sonhos mais ardentes. Talvez vá ler alguma coisa desta mini-série quando sair em Janeiro, pode ser que mude esta opinião pré-concebida.
A primeira edição terá desenhos de Jim Lee, enquanto as seguintes contarão com as artes de Giuseppe Camuncoli, Diego Latorre e Jock. A capa, como podem ver, exibe as qualidades inegáveis de Jim Lee enquanto mestre do inovador e do fenomenal.

02 outubro 2010

Amazing Spider-Man - New Ways To Die

ARGUMENTO: Dan Slott | ARTE: John Romita Jr. e Klaus Janson
MARVEL COMICS

Já muito falei por aqui desta fase do Homem-Aranha e ao longo de todas as análises tenho referido os altos e baixos desta série que promete ser irregular até ao fim dos seus dias. Tão irregular que até é possível que saiam grandes estórias como este New Ways To Die, um verdadeiro hino àquilo que é realmente um clássico do Cabeça de Teia. Esta é provavelmente a melhor storyline explorada até agora nesta nova vida e para isso contribuíram os talentos de dois autores que provavelmente serão lembrados no futuro. Falo de Dan Slott e John Romita Jr. O primeiro é de facto um caloiro nestas andanças dos comics e não detém grande experiência na sua escrita ao ser também ele irregular em alguns outros títulos, mas neste capítulo da vida do Aranha, Slott esmerou-se e criou uma estória de grande complexidade que conta com a participação de diversas personagens devidamente exploradas, além de se constatar facilmente que a essência das personagens clássicas é perfeitamente respeitada e brilhantemente utilizada. Norman Osborn fez-me lembrar alguns dos clássicos do Mestre Stan Lee e olhem que não é fácil fazer isto, tendo em conta o período conturbado que o senhor eu-sou-o-Duende-Verde-só-nas-horas-vagas vive.
Reparem que ando a ler esta série de forma nada linear, mas o entendimento da mesma não se perde de forma alguma. Um dos objectivos do Brand New Day foi o de apresentar alguma coerência entre entre as várias plot lines e tal sem sido respeitado. Mas coerência nem sempre é sinónimo de qualidade e o número excessivo de argumentistas dificulta a regularidade desta série. Ainda tenho esperanças que se volte ao formato clássico mensal em que apenas um argumentistas tome as rédeas. isso contribuiria para uma maior estabilidade que The Amazing Spider-Man tanto necessita.

26 setembro 2010

Skull Kickers #1

ARGUMENTO: Jim Zubkavich | ARTE: Edwin Huang
IMAGE COMICS

Este é porventura o comic mais aguardado do mês. Não deixa de parecer estranho constatar que a sua primeira tiragem esgotou completamente antes de chegar às prateleiras, mas o que é facto é que Skull Kickers gerou uma grande especulação à sua volta. À primeira vista não parece ter nada de especial na sua concepção, nem sequer os dois autores que assinam a série são particularmente conhecidos. Eu, pessoalmente, nunca ouvi falar dos seus nomes. A única coisa que me cativou foram as capas, a principal e a alternativa, que me parecem ser de grande qualidade em termos de design (apesar de a última ser uma referência cómica a Hulk #1). Com isto tudo pensava eu que ia encontrar uma arte interior também ela semelhante às capas, mas pelos vistos enganei-me e bati com a porta na cara (como eu ainda sou ingénuo). Já lá iremos mais à frente. Há algo que ainda deve ser mencionado antes de se analisar este primeiro número: dias antes do seu lançamento, foi vendida uma cópia sua no Ebay a 15$ (!!!). Pois, pois. Terá sido um golpe conspiratório de alguém que ficaria a ganhar com o sucesso de Skull Kickers? Criando o hype necessário, seria assim tão óbvio que o sucesso seria alcançado? Talvez tudo isto não se tenha traduzido em qualidade...

O Que Ando a Fazer #7

Capa alternativa de Skull Kickers #1
  • Descobri tinha ali uns números perdidos de Amazing Spider-Man (#564-579) que ainda não tinha lido. Esta acção foi desencadeada quando decidi ir a uma papelaria ver como andavam as Paninis e os números que estavam a ser publicados. Vi lá o Homem-Aranha #98 e despertou-me de novo o interesse pelo Brand New Day, muito por culpa da capa do Romita Jr. (fez-me lembrar os bons velhos tempos). O arco vigente é Character Assasination, mas para o entender tive de pegar nos números de New Ways to Die, de Dan Slott e John Romita Jr. que ainda não tinha lido (tenho a colecção esburacada, daí ter perdido o entusiasmo, mas felizmente existe a internet!). Desde então tenho andado numa maratona caótica a ler o que me falta, numa aventura que me tem causado uma mistura efervescente de sensações. Há storylines más demais para serem verdade, muito em parte por serem uma fotocópia falhada daquilo que se fazia nos '60, enquanto outras me fazem ver que o Aranha está a atravessar uma fase relativamente boa, devido ao talento de Marc Guggenheim, Dan Slott e Zeb Wells, aqueles que eu considero ser os três melhores argumentistas actuais desta série. Já Bob Gale é terrivelmente mau e devia receber guia marcha para uma localidade bem longe da civilização. John Romita Jr. e Chris Bachalo assumem-se como os melhores desenhadores, mas é Marcos Martin quem realmente surpreende pelo seu talento em ascensão. Um artista a seguir atentamente nos próximos anos.
  • A Image Comics tem andado numa de lançar novas séries com uma componente bastante apelativa para o público, sempre com descrições bastante aliciantes na Previews. Morning Glories representava "o encontro entre Lost e Runaways" e agora, Skull Kickers, é apresentado como sendo "um encontro entre entre filmes antigos de Polícias e Conan". Mas na sua essência, esta série trata-se apenas das aventuras de dois guerreiros sem nome que fazem trabalhos encomendados a troco de dinheiro num universo em que tudo é possível, onde existem zombies, lobisomens e outras tantas coisas sobrenaturais. Cortesia de dois perfeitos estranhos, Jim Zubkavich e Edwin Huang. Esperem uma análise em breve.
  • EU (NÃO) VOU AO AMADORA 2010 - está quase decidido, é desta que não vou à Amadora  fazer a minha visita anual. Nem mesmo que confirmem John Romita Jr. e Mark Millar à última da hora! Se o próprio festival não se dá ao trabalho de me informar sobre aquilo que vou poder ver, porque hei-de eu me preocupar com cenários imaginários de festivais fantásticos hipotéticos que todos os anos são prometidos? É sempre a mesma coisa e sinceramente começa a fartar.

21 setembro 2010

DC Comics Acaba Com as Linhas Wildstorm e ZUDA

As últimas edições da Wildstorm serão lançadas em Dezembro
No seguimento de alterações a nível geográfico por parte da DC Comics, foi hoje comunicada a decisão de suspender a linha Wildstorm e terminar com a Zuda, um segmento editorial que se destacava pelas suas iniciativas a nível de edição online. Estas decisões partiram de um comunicado lançado hoje de manhã que anunciava a mudança da maior parte do staff da DC, de Nova Iorque para Burbank, no sentido de aproximar a casa mãe, Warner Borthers, e a sua filial dedicada aos comics. Não se sabe ao certo se ainda virão mais mudanças radicais por parte da editora, mas o que é facto é um grande número de personagens passaram agora a ficar em stand-by.

20 setembro 2010

Green Lantern - Agent Orange

Argumento: Geoff Johns | Desenho: Philip Tan e Ivan Reis

Este é porventura o mais desinspirado arco da saga da Guerra da Luz, o que necessariamente (e infelizmente) se traduz na pior leitura do mês. O que Geoff Johns tem feito ao longo destes últimos anos foi habituar-nos a trabalhos de muitíssima qualidade e à medida que o tempo passa é cada vez mais difícil superar-se a si mesmo. O que se passou neste Agent Orange foi algo de muito estranho. É nos introduzido um novo Lanterna, o Laranja, motivado pela Gula e que responde pelo nome de Larfleeze, tendo há milhões de anos atrás se apoderado da lanterna colorida que lhe confere poderes extraordinários, com a agravante de causarem demência ao seu portador, neste caso uma fome insaciável por poder. Esta fome é alimentada pela lanterna que Larfleeze transporta constantemente consigo, o que recarrega o seu anel permanentemente. Isto permite-lhe criar avatares de identidades cuja vida terminou ao confrontarem-se com o Lanterna Laranja, uma espécie de exército dos mortos vindo lá não sei de onde. A coisa tem o seu potencial, mas talvez não tenha sido explorada da melhor forma...

16 setembro 2010

Não Podes Perder... #3 - Morning Glories e Daytripper


Este post funciona como uma espécie de recomendação, não com base nas minhas leituras, mas em virtude daquilo que se vive lá fora. Não será só uma recomendação para quem o ler, como também para mim, que várias vezes me esqueço de coisas novas que estão sair e que quero comprar, que gozam de alguma qualidade. 
Pois bem, os escolhidos de hoje são dois comics que estão a fazer furor na América e que ainda não alcançaram o seu devido estatuto. Um deles é bastante recente, pelo que é algo cedo para descortinar a sua consistência, mas o que é facto é que não se fala de outra coisa nos sites e blogs mais conhecidos. O outro viu o seu fim há poucos dias e promete fica na história.

15 setembro 2010

Amazing Spider-Man #638-641 - One Moment In Time

O.M.I.T. - Joe Quesada e Paolo Rivera
Já lá vão mais de dois anos desde que Brand New Day foi iniciado, isto após uma conturbada resolução de problemas da vida do Aranha por parte de Joe Queijada e Joe Straczynski. Há quem diga que este último foi o responsável pelo grande declínio da personagens nos últimos anos, tudo porque decidiu explorar uma faceta mais adulta de Peter Parker, dando-lhe inclusivamente um trabalho como professor na sua antiga escola (editado pela Devir em Portugal os volumes Raízes e Estranhas Sombras). O que enfureceu os saudosistas nem foi essa decisão, mas sim o momento em que se revela que os poderes do Homem Aranha têm origens totémicas (se bem que esta ideia é apresentada com uma certa ambiguidade). A aranha que picou Peter faria então parte de uma espécie cujos poderes eram místicos, destronando um pouco a ideia de que a radiação era a causa da mutação infligida ao amigo da vizinhança. Os profetas da desgraça ergueram-se então com grande vingança e raiva furiosa atacando Strac no instante em que este decidiu fazer um retcon com Gwen Stacy e Norman Osborn, insinuando que teria havido uma relação entre os dois da qual haviam surgido dois filhos. Neste assunto nada contra, hoje em dia olho para essa saga e constato que é um dos maiores epic fails na história do Aranha. Simplesmente foi mau demais, os editores concerteza estavam a dormir e não perceberam as implicações caóticas que isto teria. Qualquer personagem tem uma base de valores que não pode nunca ser subjugada e aqui foi o que se fez. Foi uma completa ofensa à memória da Gwen Stacy (coitada, nem existe realmente e estão sempre a tentar fazer dela uma má personagem).

09 setembro 2010

Darwyn Cook Sobre o Lesbianismo e as Editoras

Tinha deixado escapar esta, mas como o assunto se tornou algo intemporal nem o atraso de um ano justificava a falta deste post. Darwyn Cooke meteu a boca no trombone na última Fan Expo do Canadá e nas suas declarações estava completamente em chamas! Em causa esteve a mudança de orientação sexual da personagem Batwoman que, segundo ele, é uma mudança demasiado drástica desrespeitosa de toda a estória ficcional que foi criada ao longo dos últimos anos. Tento na língua foi pura ficção...

06 setembro 2010

Scarlet #1

Scarlet #1, de Brian M. Bendis e Alex Maleev
Não me vou alongar muito sobre este comic. É um número 1 e fazer já suposições profundas sobre este título pode ser precoce. Pode não, é mesmo. Antes de mais, convém fazermos um pequeno resumo desta nova criação do Bendis e do seu grande amigo Alex Maleev. Esta estória é centrada na personagem Scarlet, uma rapariga cuja idade se desconhece que está lixada com o sistema. Isso mesmo, uma pessoa como todos nós. Quem é que não está tramado com o primeiro-ministro? Quem é que não detesta o sistema judicial do país ou quem é que não se sente injustiçado com a profanação moral a que somos submetidos todos os dias por aqueles que nos governam? Mas esta menina leva tudo a extremos. Logo na primeira página mata um polícia e faz piadas com isso. E depois começa a falar connosco. Sim, este livro usa a famosa, mas não muito utilizada, quebra da 4ª parede. Com este mecanismo, a personagem não narra a estória a partir de pensamentos (como é mais comum na BD), mas sim a falar directamente com o leitor. Talvez uma empatia maior com o público seja o resultado, pois a vida de Scarlet é um verdadeiro melodrama. Ao que parece, ela está convencida que o seu ex-namorado foi morto injustamente por um polícia, depois deste o acusar de ser um senhor da droga. A partir daí inicia-se um caminho de vinganças pessoais (sim o polícia que o matou é o mesmo que falei em cima). Cheira-me que a grande revelação no fim desta série é que o namorado era mesmo um viciado e Scarlet se apercebe que está a lutar por causas incoerentes. Mas é claro que isto não vai acontecer, ou vai?

04 setembro 2010

Asterios Polyp

Asterios Polyp, de David Mazzucchelli
Já muito se falou deste livro por essa internet fora, mas fico com a sensação que ainda não lhe foi dado o devido valor pela qualidade que apresenta. É certo que está aqui uma obra de grande complexidade que pode suscitar as mais variadas interpretações quer a nível do argumento, quer a nível da arte, mas é também quase certo que independentemente da existência dessas variáveis, estamos perante uma das maiores produções da década a nível da 9º Arte. Eu até me arriscaria a afirmar que se houvesse algum livro recente que teria definido uma viragem na abordagem à BD como nós conhecemos, seria este e como tal afirmaria também que esta é a GRANDE obra da década, mas como me é impossível ler tudo o que por aí anda não posso cair nesta tentação. Portanto, é pelo menos a melhor coisa que já li nos últimos tempos. É profundo. É corajoso. É algo que não se vê muito por aí e a proximidade que senti com as personagens foi determinante no sentido desta apreciação. Houve quem tenha detestado o conceito das personagens e consequentemente tenha achado o enredo algo pomposo e audaz demais, o que me levou a concluir que ainda é cedo para que Asterios ganhe o seu lugar no topo da história da banda desenhada. Mas também, apenas 18 mil pessoas ainda o leram...

02 setembro 2010

Sandman Também Salta Para a TV


Depois de The Walking Dead ganhar o seu espaço no pequeno ecrã (e até ter garantido uma segunda temporada sem ainda ter estreado a primeira), eis que também é anunciada uma série de TV dedicada a Sandman, um clássico intemporal de Neil Gaiman, garante o Hollywood Reporter.

31 agosto 2010

Marvel Anuncia Regresso da Tropa Alpha

Chaos War: Alpha Flight, em Novembro
Depois de uma chacina inesperada nas páginas de New Avengers #16 ou de capas menos inspiradas como esta ou esta ao longo da sua história, a Alpha Flight está de regresso à vida, mesmo sem ninguém saber quem fez para que isso acontecesse.
Especula-se que a Marvel ainda nem sequer decidiu a melhor forma de reintegrar estes quase-esquecidos no seu universo, mas o que é facto é que em Novembro chegará às bancas um one-shot intitulado Chaos War com o intuito de convencer os mais cépticos. Contudo é certo que pelo menos 2.5 cópias serão vendidas, pois não acredito que haja muitos mais fãs da Tropa espalhados pelo mundo! A sério, quem é quer saber destes meninos? Só se for um rapaz que na última comic-con gritou ao mundo o seu amor pela Tropa, afirmando que Alpha Flight #12 era um dos comics melhor escritos de sempre... É possível!

25 agosto 2010

Os Mais Vendidos de Julho '10 - Análise

X-Men #1, a surpresa
Já não acompanhava esta coisa das estatísticas de vendas há algum tempo, mas a última vez que o fiz constatei que a DC estava fazer grandes progressos no que toca aos 10 Comics mais vendidos lá nos States. Tudo isto se deve à inspiração de dois homens, Grant Morrison e Geoff Johns. O primeiro tem feito um trabalho interessante ao reformular o Batman tentando trazer de volta conceitos clássicos da personagem, sendo o melhor exemplo o team-up de Batman and Robin. Já Johns tem sido o responsável por uma extraordinária e épica cavalgada do Green Lantern. Já lá vão alguns anos desde que tudo começou com Rebirth e até hoje ainda dura aquilo que este homem planeou. É certo que a DC mostrou ratice e continuou a esmifrar todo este novo conceito, mas é uma exploração que eu considero bastante acima da média o que é algo atípico na América. É bastante difícil manter qualidade sem haver rasgos de loucura pelo meio e acho que o Johns não tem abusado da nossa vontade (pelo menos da minha) sendo que essa vontade é continuar a saber mais sobre esta fantástica mitologia do Espectro da Luz, o que, parecendo que não, abriu portas gigantes para que se possam criar novas estórias. A DC teve aqui um importante expandir de cenários e pode muito bem agradecer a Geoff Johns por tudo. Bem, vamos lá então analisar os dados:

23 agosto 2010

Sobre o Novo Vestido do Batman


Sempre achei piada à necessidade de se criarem novos uniformes para que as personagens passem por uma certa evolução. Sim, porque um novo uniforme traz quase sempre consigo mudanças psicológicas que se reflectem na estética do mesmo. Mas às tantas chegamos a uma fase em que isto das passagens de modelos cai numa saturação excessiva, quando sabemos que o principal intuito é fazer capas cheias de efeitos coloridos e fantásticos que apresentem um novo fato para que os nerds mais entusiastas cheguem às comic shops e comprem urgentemente um exemplar para si, para daqui a cinquenta anos dizerem que têm um comic raríssimo com o Batman a sair à rua com umas novas calças e uma cueca por cima. Bah, eu também estou aqui a avaliar esta cena, por isso devo cair numa categoria qualquer destas.

22 agosto 2010

10 Coisas Que Tornaram LOST Memorável

  1. A ILHA (um olhar sobre o mundo real) - mas afinal, o que era a tão misteriosa ilha? As recentes analogias mostravam que se tratava de uma rolha que impedia que o mal lá aprisionado se espalhasse pelo resto do mundo, o que levava a reflectir sobre a provável importância global da mesma. Será que o fim da ilha poderia representar o fim do mundo? A enorme quantidade de energia electromagnética lá concentrada poderia muito bem causar um grande impacto à escala mundial. Mas este local cheio de fenómenos ocultos serviu de casa a muitos mais mistérios. Os inúmeros habitantes, quer fossem egípcios ou romanos, que ao longo de várias gerações foram por lá passando deram origem a diversas questões sobre a sua estadia na ilha. No fim acabou tudo por ser um reflexo do mundo real, populado pelas mais diversas civilizações, expondo os seus usos e costumes.

21 agosto 2010

Por Cá Se Visiona... #1

no cinema...
  • TOY STORY 3- bem, este foi último que fui ver a uma sala de cinema. Confesso que sou fã não sou destes bonecos como também de tudo o que a Pixar produz. Cresci a ver os primeiros Toy Storys e não podia viver sem ir ver este (último?) filme da trilogia. Sabem, uma coisa boa desta vertente da Disney é que, apesar de o intuito inicial querer ser claramente atrair o público infantil, fica sempre patente uma componente que atrai a malta jovem e adultos, e resulta! O drama em que a Pixar investe, julgo eu, dificilmente é entendido pelos mais novos o que faz com que o público mais velho se sinta atraído pelas personagens, que são trabalhadas de forma bastante realista. Além disso, tudo funciona como um regresso à infância, onde nos lembramos de certos pormenores que realmente poderiam tonar este o filme da nossa vida. Andy, o dono de Woody, Buzz e companhia está de partida para a universidade e enfrenta assim a árdua tarefa de deixar para trás o seu passado. O conceito é interessante, mas obviamente perde algum fulgor pelo simples facto de, na América, se respeitar demasiado o esquema Nó-Peripécia-Desenlace, mas julgo que o filme transmite bem a mensagem e tem momentos excelentes. Uma trilogia a ver e rever.  NOTA: 9/10

18 agosto 2010

Green Lantern / Green Arrow Vols. 1 e 2 - Verdes Anos

O Lanterna Verde é daquelas personagens que nunca me tinha despertado grande interesse até porque foram raras as vezes que ouvi falar dele quando ainda era um caloiro nesta andanças, se é que já não sou. Como óbvio só se ouvia falar do Batman e do Super-Homem no que tocava à DC Comics, pelo que um grande núcleo de personagens desta editora me era desconhecido. Não sei se era por ser um grande fã da Marvel e lhe dedicar mais tempo, mas sempre tive a sensação de que a DC geria mal as suas personagens no que tocava à divulgação das mesmas ao comum dos mortais, ou seja, aquele que não dedica tempo massivo a ler estas preciosidades que tanto adoramos. O Batman era sobejamente conhecido (este "era" refere-se aos já idos anos 90, altura em que eu começava a minha vida consciente): tinha tido uma passagem algo bem sucedida nas lides cinematográficas e possuía um carisma do outro mundo por ser o super-herói mais próximo do mundo real, não tendo qualquer tipo de poderes, rendendo-se ao engenho insuperável da mente humana. O Super-Homem gozava de um estereótipo que se usa desde tempos bastante antigos, talvez até antecedentes à sua origem: "Olha, este aqui deve pensar que é um Super-Homem", "Ai, és tão forte que pareces os Super-Homem", e assim conhecíamos nós o Super-Homem, o herói mais citado de sempre, provavelmente. Mas o Lanterna...

09 junho 2010

Fresquinhas (não tão frescas) das Américas

BATMAN: ODISSEY, NEAL ADAMS DE REGRESSO A 7 JULHO

À semelhança aqui do sítio, também a lenda Neal Adams está de volta à editora que o tornou famoso. Notabilizado pelo seu trabalho em Green Lantern/ Green Arrow ou em Batman, o desenhador vai precisamente voltar a pisar o solo do Gotham, onde assume um papel de destaque numa mini-série de 12 números da sua exclusiva autoria intitulada Batman: The Odissey. O The Source falou com Neal e este confessou estar completamente concentrado nesta sua obra, que já há alguns anos que está para ver a luz do dia. Confiram um preview com a arte de alta qualidade deste senhor:



08 junho 2010

ÁreaNegativa!, O Regresso

Silver Warrior, por Frank Frazetta
Pois bem, após um longo interregno e chegadas as tão esperadas férias de verão, venho aqui tentar limpar o pó que se acumulou ao longo destes últimos meses (foram tantos que nem sei quantos foram). Confesso que quando ando atarefado com as coisas da escola fico sem inspiração para vir aqui escrever qualquer coisa, visto não ter o devido tempo para pôr em dia as minhas leituras ou para andar informado quanto basta.
Para reiniciar esta jornada, gostava de deixar algumas palavras sobre alguns acontecimentos que se deram aquando da minha ausência: 

FALECIMENTO DE FRANK FRAZETTA - já lá vão alguns dias, mas ainda assim queria deixar aqui o meu apreço pelo legado que este senhor deixou para trás. Tratava-se de um grandioso artista cujo trabalho era irrefutavelmente admirado por todos, mesmo aqueles que não seguiam tanto a sua carreira (como eu). Algo que me marcou nos seus últimos de vida foi o facto de se ver obrigado a trabalhar com a sua mão "cega", visto ter sido afectado por uma série de AVC's. Que descanse em paz.