07 agosto 2011

Sobre o Homem-Aranha Afro-Latino

"I'm black, so what?" - Miles Morales
Hoje em dia vivemos numa sociedade foleira, onde não se pode dar um passo sem ouvir uma chuva de críticas irracionais e desprovidas de sentido. Somos atacados mesmo sem termos mostrado aquilo que realmente valemos e somos crucificados por erros que qualquer um poderia cometer num dia mau. Somos criticados por aquilo que somos num mundo onde não se respeitam as individualidades e se menosprezam as identidades únicas de cada um de nós. Imaginem o que é sentir isto pertencendo a uma minoria. Basta multiplicarem o sentimento por um número na casa das centenas.

06 agosto 2011

Blackest Night

Blackest Night, por Geoff Johns e Ivan Reis
Argumento: Geoff Johns
Arte: Ivan Reis

Desde há uns tempos para cá que o mercado tem andado saturado com os já irritante hiper-mega-super-potentíssimos-estonteantes-eventos, uma fórmula mágica normalmente utilizada na época do Verão (altura onde o tempo livre nos leva a fazer coisas que, normalmente, não faríamos noutras estações) que as editoras norte-americanas, nomeadamente a Marvel e DC Comics, encontraram para ganhar uns dólares a mais. Isto tudo às custas da horda de zombies que quase toda a base de fãs de comics representa: qualquer que seja a saga, por pior que tenha sido o seu marketing ou build-up, há que dar uma oportunidade e comprá-la pois pode estar ali a história do século. É claro que essa probabilidade, por mais pequena que seja, existirá sempre. Mas regra geral, quando se espreme um mega-evento o sumo é muito pouco. Falha sempre qualquer coisa. Ou é demasiado extenso, ou tem uma arte foleira que teve de ser completada por outro artista, ou então a qualidade da história em si simplesmente não vale a ponta de um chaveiro.

Mas a verdade é que há sempre um excepção. Blackest Night entra, com distinção, nesse lote de excepções porque, essencialmente, é uma história com um grau elevado de coolness. Muitos comics têm falhado ultimamente porque erram ao tentar encontrar um certo equilíbrio entre a descontracção que os Super-Heróis proporcionam ao leitor e a seriedade que pode ser imputada às páginas deste tipo de ficção, erradamente assumida como algo que só pertence ao imaginário infantil/ adolescente.